O presidente afastado José Carlos Peres criticou os valores da venda de Soteldo (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

O presidente afastado do Santos, José Carlos Peres, negou ter antecipado todas as receitas do clube nesta temporada. Em entrevista ao DIÁRIO, o dirigente explicou que grande parte das receitas de televisão só serão recebidas após o final do Campeonato Brasileiro.

Na noite de domingo, em áudio vazado em grupos de whats app, o presidente em exercício, Orlando Rollo, afirmou que precisava vender o atacante Soteldo porque José Carlos Peres tinha antecipado todas as receitas do Santos nesta temporada e o clube não tinha dinheiro para pagar os salários.

“Ele (Rollo) não deve entender de finanças. O Santos recebe apenas R$ 12 milhões da Globo durante o Brasileirão. Depois tem a premiação, que vai do primeiro até o 16º colocado. Se o Santos for quarto colocado receberá por volta de R$ 20 milhões. E tem o número de transmissões ao vivo. Cada partida como mandante transmitida rende cerca de R$ 1,6 milhão e como visitante R$ 600 mil. Não existe cotas, mas as verbas virão. Para complicar, a competição terminará em fevereiro de 2021”, explicou José Carlos Peres.

Desde o ano passado, o modelo de divisão de receitas do Campeonato Brasileiro mudou. Do valor total, 60% é dividido de forma igual entre todos os clubes. Outros 20% são divididos de acordo com a colocação na classificação e outros 20% com a exposição e audiência.

Ao DIÁRIO, José Carlos Peres também criticou a possível venda do atacante Soteldo por US$ 7 milhões (cerca de R$ 40 milhões). O Peixe já aceitou o negócio, mas Soteldo ainda faz jogo duro na negociação e o Conselho Deliberativo precisa aprovar a venda em reunião marcada para esta quarta-feira.

“Venda do Soteldo por US$ 7 milhões? Surreal. O Soteldo ajudará o time a trazer dinheiro das premiações do Brasileiro e das cotas de Libertadores e Copa do Brasil”, afirmou Peres.

José Carlos Peres foi afastado do cargo pelo Conselho no dia 28 de setembro. Os conselheiros reprovaram as contas da gestão em 2019. O presidente do órgão, Marcelo Teixeira, tem de convocar uma assembleia de sócios até o dia 28 de novembro para a votação do impeachment. Se até lá a assembleia não for convocado, José Carlos Peres volta ao cargo de presidente do Santos.