Nestas últimas semanas tivemos as notícias confirmadas dos empréstimos de Tailson e de Arthur Gomes e eu fico inconformada com o grande monstro que se criou em cima desses jogadores. Não quero simplesmente analisar habilidade ou talento individual, mas sim, comentar como essa denominação “Meninos da Vila” abre portas e ao mesmo pode se tornar um grande fardo na vida de um atleta.
Me entristece muito ver a naturalidade com que as pessoas xingam esses jogadores em redes sociais e festejaram as suas saídas. Acima de tudo eles são atletas, são homens e precisamos entender suas histórias dentro do clube para poder questionar suas trajetórias.
Tailson passou por um imbróglio enorme na gestão Peres, foi visado pelo Barcelona B e chamado de “joia das categorias de base”. Sampaoli enxergou talento no menino e mesmo ele ficando três meses parado quis integrá-lo ao grupo, lembrando que esse tempo sem jogar foi puramente devido a complicações em sua renovação, dificuldades tão grandes que fizeram o time catalão se desinteressar do jogador. Tailson marcou um gol contra o Vasco em sua estreia e desde então perdeu muito espaço no elenco.
Arthur Gomes tem uma história um pouco diferente, mas com um final parecido: emprestado até o fim de 2021 sem nenhuma perspectiva ou plano de carreira definido, Tailson no Coritiba e Arthur no Atlético Goianiense. O atleta chamava muita atenção na base e teve até propostas do Japão e Ucrânia – vetadas pelo Santos – foi emprestado para a Chapecoense e ano passado fez algumas partidas regulares pelo Santos.
Arthur tem contrato apenas até final de 2021, se ele fizer um bom campeonato em Goiás estará livre em 2022 e o Santos ficará, como sempre, sem nada, mesmo sendo o grande financiador da sua carreira. Vimos uma história semelhante em 2019 com Gustavo Henrique e mais recentemente com Yuri Alberto, de relação saturada com a torcida santista para grande goleador colorado.
O futebol vive de momentos e eu concordo que esses jogadores estão ficando sem espaço no Santos, mas isso não muda fato de ainda estarmos colhendo relações conturbadas e pouco esclarecidas da última gestão e de que precisamos ter mais paciência e menos expectativas.
Alguns times já estão de olho em jogadores como Lucas Lourenço e a atual e competente gestão precisa ser clara com as suas intenções com o menino. O problema não é emprestar, mas descartar sem dar reais oportunidades – como vimos com Anderson Ceará – e ainda acabar perdendo o jogador sem ganhar nada.
Hoje temos Angelo, Pirani, Kaiky e tantos outros jovens no elenco e não podemos deixar que em 5, 6 anos eles sejam emprestados para qualquer outro time da série A e que isso seja um alívio para o torcedor. Sejamos parte ativa desse processo também, mais paciência e menos impulsividade.
Nem todo mundo será Neymar, mas podemos estar perdendo inúmeros bons atletas por falta de calma, objetividade e planos de carreira.
Parabens pelo excelente texto Isabel. Precisamos tratar os jogadores como ativos do clube e quando necessario, criticas positivas que possam contribuir com o desenvolvimento.Precisamos ter treinadores , desde a base, que corrijam os defeitos que todos os jogadores tem. Temos exemplos dos 2 goleiros: Se eles melhorarem em saida do gol e reposiçao serao goleiros top ate na Europa. Tenho confiança que com o Ariel, veremos um grande crescimento dos jogadores , principalmente os mais jovens.
Na boa
Ninguém aguentava mais as jogadas sem objetividsde do Arthur Gomes e a sonolência do tailson em campo
Ao contrário do Lucas Lourenço e Anderson Ceará que nem oportunidade tiveram
O Arthur e o tailson jogaram muito e não podem reclamar
Isabel esses meninos tiveram as suas oportunidades e não corresponderam. Creio que a melhor saída é mesmo o empréstimo pois diminui a folha de pagamento e eles ganham rodagem. No caso do Arthur Gomes o Santos perdeu o “timing” e vai perde-lo de graça, assim como aconteceu com vários outros meninos.
Gostaria muito de ver o Copete jogando de centroavante. É raçudo, alto, forte e tem muito bom aproveitamento por cima e por baixo. Os meninos não fazem gols!
Infelizmente não é fácil dar muitas oportunidades a todos os meninos. São muitos meninos, então alguns terão menos chances, claro. Além de haver enorme pressão por resultados.
O Santos parece ter uma paciência muito maior com eles, que os demais clubes. Mas há um limite, e dar mais espaço ao Tailson significaria dar menos espaço ao Ângelo, Renyer ou Allanzinho, por exemplo. Dar mais espaço ao Lucas Lourenço ou ao Andreson Ceará implicaria em dar menos espaço ao Pirani ou mesmo ao Sandry também.
O que quero dizer é que empréstimos podem ser a melhor forma de dar oportunidades a eles, muitas vezes.
Eu diria que uma alternativa seria o Santos ter um time parceiro na série B, que aceitasse receber os meninos e dar chance a eles, talvez até mesmo dentro de um projeto mais amplo, com um treinador do Santos, um Elano, por exemplo, para alinhar os objetivos. Isso certamente seria muito melhor (e talvez mesmo com menos custos) que ter um time B que não joga contra ninguém relevante.
Por outro lado emprestar a outro clube pode ser a melhor alternativa para reduzir despesas de salários. Difícil dizer.
Boa tarde! Isabel Nascimento, parabéns pela matéria! Muitos garotos da Vila, são criticados de forma negativa pela torcida, mas merecem mais oportunidades, o empréstimo também ajuda, pelo ritmo e continuidade para jogar, e detalhe, estes garotos não geram prejuízos para o Clube. Por conta de pressão de parte da torcida, é que se faz contratações erradas, como Uribe, Cueva, Bryan e outros, e também muitos outros jogadores deram prejuízos ao Clube, L Damião, Nilmar, até mesmo o Yure Alberto. Gostaria que vc fizesse uma matéria, sobre o J. Copete(este já integrado ao elenco), Rodrigão, e Cleber, Felipe Cardoso, este emprestado. Eu acredito que Rodrigão e o Cleber, deveriam ter oportunidades, o time formado por quase garotos da base em campo, é muito arriscado, por excesso de inexperiências, e já sofremos goleadas por isto.
O torcedor em geral sempre vai criticar, ele é torcedor. Na maioria das vezes lê alguma coisa sobre uma nova “jóia” em artigos ou vídeos alavancados por pais e/ou empresários e cria uma expectativa e começa a cobrar a entrada sem nunca ter visto o menino.
Nada do que acontece nas categorias de base é garantia de que o jogador vire profissional, sejam títulos, convocações para seleções ou especulações sobre interesse do futebol europeu. Os títulos normalmente se devem ao comportamento coletivo do time, as seleções de base, assim como a principal, estão entregues a interesses de empresários, esses também usam supostos interesses de clubes da Europa para tentar esticar a corda e pressionar o clube.
O Santos, com a nova diretoria, parece estar no caminho certo. Com processos bem definidos e bem executados tem melhores chances de escapar das armadilhas e evitar alguns dos problemas citados pela colunista.