É comum nós, torcedores, querermos criticar tudo que nosso clube do coração faz. Provavelmente, trata-se de excesso de zelo e preocupação com o que julgamos ser, também, nosso patrimônio. Afinal, quem ama, cuida.
Mas, pensando por um outro lado, será que não estamos excessivamente viciados em fazer reclamações sem tantas avaliações prévias? Sinto que tem sido assim com os jogadores contratados pelo Santos nessa temporada. Meio que nada presta, ninguém é tão bom que “mereça ser contratado pelo maior clube da terra”. É, mas se fosse assim, o Santos só poderia contratar Messi, Cristiano Ronaldo e repatriar Neymar.
Nesse quesito, acho que as redes sociais influenciam demais. O torcedor santista vê que há especulação pela chegada de Marcos Guilherme. Em seguida, começam a pipocar comentários de torcedor do Inter dizendo que o jogador “tropeça na bola” e que não serve.
O mesmo se repetiu com Camacho. Como pode servir para o Santos, se não serve nem mesmo para o Corinthians?
Entendo, é claro, que o modelo de contratação possa ser questionado. O que tem de mais antiquado do que contratar um jogador por ele ser um “homem de confiança” do treinador? Ainda assim, acho que vale bater na tecla de que, na teoria, o clube tem uma equipe que faz avaliação de desempenho e aprova, ou não, os reforços em questão.
Mesmo assim, acho que o torcedor precisa ter um pouco mais de calma. O jogador pode ter pontos fortes que são pouco aproveitados em outro time e, no Santos, serão ressaltados (vide Marcos Guilherme ganhando tempo e espaço no time de Diniz). Às vezes, o estilo dele casa muito melhor com um tipo de treinador.
Tem, ainda, a questão psicológica. Quando um jogador fica marcado com a torcida, é difícil fazer as pazes. Novos ares podem transformar aquele caminho tortuoso em um novo capítulo de uma história melhor.
Acho relevante que todo mundo tenha em mente que ser jogador de futebol é, como tantas outras, uma profissão. Quem nunca se sentiu infeliz em um emprego e, consequentemente, viu o rendimento cair? Cabeça afeta (e muito!) o corpo. Nosso corpo responde ao nosso psicológico de diversas formas. Às vezes, um atleta precisa de novos ares para (re)encontrar o bom futebol.
Para mim, a melhor sensação que existe é criticar um jogador e ele calar minha boca e mostrar que eu estava errada. Ao mesmo tempo, acho que poucas coisas são tão relevantes quando dar tempo para que um jogador mostre seu valor, em vez de fazer críticas antes mesmo de ele entrar em campo.
Nada disso quer dizer que Marcos Guilherme, Camacho e outros reforços do Santos sejam gênios, grandes craques, mas, em tempos de vacas magérrimas no clube, foram oportunidades de mercado, sem custo, que podem contribuir.
Todo mundo pode criticar! O mundo é livre pra isso. Eu mesma ontem critiquei Marinho e Pirani ainda no 0x0 e fiquei feliz de estar totalmente errada e ver ambos marcando os gols que garantiram a vitória no clássico, que o Santos tanto precisava. Só penso que, às vezes, dá para esperar motivos um pouco mais concretos para criticar um jogador que ainda nem pisou em campo pelo Santos.
Foi exatamente esse tipo de comentário que eu fiz em ima live do Diario do Peixe pq nosso querido Giovane Martineli estava metendo o pau nas contratações do Santos …