Rueda falou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Andres Rueda, presidente do Santos, abriu o jogo sobre a situação financeiro do clube em entrevista coletiva nesta quinta-feira. O dirigente falou da dificuldade de honrar os compromissos do último mês e revelou só ter ajudado o Peixe com dinheiro do próprio bolso no caso Hamburgo.

“Essa parte financeira do clube não vai ser resolvida em ano ano, dois ou três. A situação do clube é a médio longo prazo, a cada dia tem uma novidade e tem, agora a gente tem várias novidades com valores grandes e vocês não imaginam o sacrifício que o clube fez para poder honrar sua folha de pagamento no dia 6. A gente conseguiu fazer o depósito na conta dos jogadores, funcionários praticamente 19 horas, mas conseguimos e continuamos honrando folha e impostos. Agora a briga é no dia a dia, a receita no segundo semestre dos clubes é baixa e não segura despesa corrente. Além disso a gente tem uma carga de dívida alta, isso é sabido. E vai ser assim durante todo período da nossa gestão e das próximas que vierem, agora cada vez mais vai equilibrando isso até uma hora que você fique em um nível confortável de poder fazer investimentos, contratações e de um nível financeiro maior”, afirmou Rueda.

Em uma entrevista recente, o ex-técnico Fernando Diniz afirmou que o presidente tinha colocado dinheiro do próprio bolso para pagar os salários. Rueda explicou que a ajuda foi via Funding e admitiu não ter recebido nada ainda do empréstimo feito para o pagamento da dívida com o Hamburgo, no ano passado.

“O auxílio que teve do presidente ao clube foi lá trás, na operação do Hamburgo como é sabido. Foi feito um empréstimo para a gente tentar tirar do transferban, empréstimo que não tem juros e o clube ainda não pagou absolutamente nada. Não foi pago por uma simples questão: é um dos empréstimos que compensa deixar atrasado, como não tem juros e tenho que honrar outros compromisso que estão na frente. A outra parte se a gente está diretamente no clube ou não é através do fundinq que foi criado e está como garantia para o clube. A gente entrou nesse modelo de depositar um valor só que isso não é um empréstimo feito diretamente com o clube. Simplesmente a gente avalista do clube de determinado valor e essa capacidade do Santos poder ter empréstimo a juros baixos foi criada justamente para a gente poder regular o problema do fluxo de caixa. A gente não pode deixar o clube em uma situação de deixar zerado sem caixa nenhum porque se tem muitas despesas que não pode adiar por exemplo uma viagem, um fretamento de gol, tem uma válvula de escape para poder honra”, revelou o presidente.

O Santos precisou emprestar R$ 18 milhões do Banco Safra, com a garantia do Funding de torcedores, para conseguir pagar os salários do mês de julho e os acordos firmados pela atual administração, como o Huachipato pela “compra” de Soteldo e o Krasnodar pela compra do meia Cueva. A informação consta na ata da reunião do CG do dia 19 de julho.

O Funding foi criado com a intenção de garantir empréstimos ao clube a juros baixos. Torcedores santistas levaram seu investimentos para o banco e eles servem como garantia caso o Peixe não pague o empréstimo. A intenção do clube era recorrer muito pouco ao procedimento, mas a situação financeira do clube é crítica.