No dia 19 de novembro de 1969, uma quarta-feira, o Rei Pelé escrevia mais um capitulo de sua gloriosa vida no futebol e, principalmente, no Santos. Em cobrança de pênalti, o maior jogador de todos os tempos marcou seu milésimo gol na carreira. A partida foi realizada no Maracanã contra o Vasco e terminou com vitória santista por 2 a 1.
Aos 33 minutos deixaram Clodoaldo livre. Ele avançou pelo meio da intermediária vascaína e enfiou uma bola rasteira para Pelé. Este dominou na corrida e se preparava para chutar quando foi abalroado por dois zagueiros adversários e caiu sobre a marca do pênalti. Manoel Amaro foi caminhando até onde estava Pelé e abaixou o corpo para apontar a marca.
Desesperado, o goleiro Andrada jogou a bola com força para o chão, depois tentou argumentar com o árbitro e, por fim, conversou com Pelé. Um outro jogador vascaíno cavava a marca de pênalti com o pé. Os jogadores do Santos foram todos para a risca do meio-de-campo. O público passou a gritar o nome de Pelé insistentemente.
De frente para o gol, Pelé se abaixou para arrumar as meias. Depois se virou para o campo, viu que seus companheiros estavam perfilados no círculo central e sorriu. Aos poucos todos saíram da área e ficaram só ele, a bola e Andrada.
19 de novembro de 1969. @Maracana, 65.157 pagantes. Vasco 1, Santos 2. O milésimo gol do maior atleta da história! @Pele 👑
📺 TV Cultura pic.twitter.com/zltArjdixT
— Santos Futebol Clube (@SantosFC) November 19, 2021
Um silêncio pesado se fez em todo o estádio. Pelé deu três passos lentos. Apressou a marcha ameaçando uma corrida, deu uma ligeira paradinha e, num tiro seco, bateu com o pé direito no canto esquerdo do goleiro. Andrada voou com vontade, conseguiu raspar na bola, mas não evitou o gol. A bola branca atravessou a linha de gol aos 34 minutos e 12 segundos. Desacreditado, o vascaíno passou a esmurrar o chão.
Pelé não deu o soco no ar. Trocou a tradicional marca pela corrida até o fundo das redes. Foi em busca da bola do jogo. Os jornalistas saíram de trás do gol e imediatamente colocaram Pelé sobre os ombros. O estádio gritava o nome do Rei.
Os dirigentes do Vasco pediram a Pelé para vestir a camisa do time carioca, que ele já tinha vestido em alguns jogos por um combinado Santos-Vasco, em 1957. Na camisa havia o número 1000. Pelé deu a volta olímpica com ela, seguido por uma pequena multidão. Ao ser ouvido, pediu que o governo olhasse pelas crianças pobres do Brasil. Pelé deixou seu recado para o mundo.
Fim do jogo, início das homenagens
Depois da marcação do milésimo, Pelé recebeu muitas homenagens, a começar por um diploma da FIFA assinado por seu presidente, sir Stanley Rous, enaltecendo o feito. O vestiário ocupado pelo Santos no jogo recebeu uma placa com o seu nome. João Havelange entregou-lhe uma medalha de ouro em nome da CBD. Outra medalha de ouro foi dada pela Federação Carioca. A Companhia Brasileira de Telégrafos ofertou-lhe o painel do selo comemorativo e a Escola de Samba da Mangueira, por intermédio de seu passista Bira, deu-lhe um tamborim de prata.
Pelé, um orgulho eterno que só o SFC tem
A maior estrela do futebol é do Peixe, como o SFC desperdiça oportunidades.
Grato, por tudo, Pelé
Os dirigentes do Santos após a era Pelé, nunca aproveitaram o fato de ter esta figura viva na história do clube.
O Santos poderia ter usufruido muito mais dessa relação e ter tido mais benefícios em todos os sentidos por ser o clube do rei do futebol.
Uma pena a falta de visão e capacidade desses dirigentes medíocres.
Pará tava neste jogo…!
Até hoje 520 anos depois os “governantes” não cuidam das crianças…
Até hoje 52 anos depois os “governantes” não cuidam das crianças…