Edu Dracena e Guilherme Lipi comandam o departamento de futebol do Santos (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Um ano e depois do início do mandato de Andres Rueda, o Santos ainda está perdido no futebol. O clube não tem a menor convicção sobre as decisões que precisa tomar e Edu Dracena, grande capitão na conquista do Tri da Libertadores, não tem competência para liderar o departamento de futebol.

Vou usar como primeiro exemplo para justificar a opinião acima o que aconteceu na lateral direita. Sabidamente uma posição carente na temporada passada, o clube conseguiu, com uma grande ajuda de Vanderlei Luxemburgo e Alexandre Mattos, rescindir com Pará no final da temporada passada. Um gol de placa da diretoria.

Sem Pará, que rescindiu no dia 9 de dezembro do ano passado, e com Madson, um jogador com conhecidas deficiências, estava claro que o clube precisaria ir ao mercado para contratar um jogador para a posição. Na esperança de ter um reforço para o início da pré-temporada, o Santos programou a reapresentação de Daniel Guedes após o empréstimo ao Fortaleza para o dia 17 de janeiro.

O elenco se apresentou no dia 9 de janeiro, um mês após a saída de Pará, apenas como Madson para o setor. Então, o clube resolveu antecipar a reapresentação de Daniel Guedes para o dia 10 de janeiro. Fábio Carille aprovou os treinamentos do lateral, o presidente Andres Rueda se reuniu com o empresário do jogador e alinhou uma renovação até o final do ano, mas ela foi barrada por Edu Dracena.

Daniel Guedes foi afastado do elenco e, no dia 14 de fevereiro, o Santos anunciou a contratação do lateral-direito Auro. Uma semana depois, o jogador ainda não tem previsão para a estreia e, de acordo com o Uol Esporte, tem um problema no púbis.

Madson sofreu (mais) uma lesão muscular  no clássico contra o São Paulo e está fora do jogo desta quarta-feira, contra o Salgueiro, pela Copa do Brasil. O Santos vai disputar um jogo eliminatório que vale R$ 1,3 milhão e dá ao clube a possibilidade de lutar por até R$ 70 milhões com um jogador improvisado na lateral.

Ainda tem o garoto Sandro, capitão e titular na campanha do vice-campeonato da Copinha, que está em férias porque tem contrato apenas até o final do ano e a diretoria não tem intenção de renovar o vínculo.

É uma sucessão de erros em apenas uma posição. Primeiro porque um mês, dezembro, final de temporada, é um período suficiente para um clube como o Santos conseguir contratar um lateral. Não contratou por incompetência. E daí lembramos que o clube não tem um profissional no Departamento de inteligência e mercado.

Segundo porque Daniel Guedes já foi “testado” e reprovado pelo próprio Santos, pelo Goiás e pelo Fortaleza. Não deveria, jamais, ser opção para o Peixe.

Terceiro porque o técnico estava desesperado por um jogador na posição, não viu chegar um reforço, recebeu um pirulito e quando ele estava se acostumando com ele veio o diretor e tirou o pirulito da boca do técnico.

Quarto porque o Santos não pode contratar um jogador com problema no púbis.

Quinto porque o Santos investiu ao menos R$ 1 milhão na formação do garoto Sandro, que estava no clube desde o Sub-11. Ele pode não estar pronto para jogar no profissional agora (até acho que não está), mas o Santos não pode deixar um jogador que já atuou no profissional, que tem uma inteligência tática acima da média e que recebeu investimento desde os 11 anos deixar o clube de graça.

Uma renovação por um ano e um empréstimo poderiam muito bem resolver a situação. Quem sabe ele pudesse até voltar mais pronto para jogar.

O Santos tomou um chapéu do Athlético-PR no caso Wesley Carvalho, não tem técnico no Sub-20, no Sub-17, esperou fevereiro para demitir o gerente da base (e ainda não contratou um novo), não tem analistas de mercado, chefe de scout…

Tem Edu Dracena, que precisa entender rapidamente que para ser executivo de futebol e comandar o departamento de um clube como o Santos precisa de muito mais do que “conhecer as malandragens dos jogadores”.

Que aprenda rápido porque o cenário é desanimador e o tempo voa.