Eu nunca fui de ter rituais. No vestiário, a gente sempre tenta escutar música, brincar, tirar uma onda, mas a hora que a gente entra e tem a oportunidade de começar o nosso trabalho, acaba mudando e voltamos totalmente para um foco muito grande.
É que, até hoje, duvidam da nossa capacidade como atletas. Por sermos atletas mais velhas, mais dia ou menos dia, pessoas ainda duvidam e nos questionam diariamente. Não dá para numerar todas as dificuldades que eu tive. Durante toda minha carreira eu tive de superá-las.
A minha história no futebol eu falo que já veio desde pequena, porque meu pai não jogava futebol, não me inspirou. Meu irmão jogava, mas eu acho que veio comigo porque eu não ficava assistindo futebol na TV. Meu pai não era de ficar assistindo, então, eu também não ficava. Minhas brincadeiras eram sempre de rua, eu gostava mais de ficar na rua brincando do que sentada vendo TV. A minha principal brincadeira foi o futebol.
O Santos mudou não somente a minha vida como a de várias atletas em uma época muito difícil. Coisas que se tem hoje, em outra época você não tinha. Toda uma estrutura, liga competitiva e mais forte, mídia muito grande em cima, patrocinadores. Pegamos uma época difícil e mesmo com tudo isso, conseguimos trazer os principais títulos para o Santos. Eles ficaram marcados na história do clube e na nossa carreira.
Eu tenho essa gratidão ao Santos pelas portas abertas para o futebol feminino. Por nos apoiar, por darem essa força e a gente perceber que cada vez mais tenha se dado espaço para mulheres e ex-atletas trabalharem dentro do clube. Essa experiência que a gente tem é importante para deixar aqui dentro e para as meninas do futuro.
Então, o meu recado para o Santos é sempre esse. Pudemos colocar ideias dentro do clube. Algumas foram escutadas, outras não, varia muito de gestão para gestão. Então, acho que isso, nós, como atletas, que temos experiência grande de carreira, toda vez que abrem esse espaço para falar como é possível desenvolver a modalidade, é importante.
Mas o Santos está na minha vida não só na parte profissional. Meu pai, meu avô, bisavô, todos são santistas. O Santos está sempre presente dentro de casa, agora com meu filho, o Bento. É muito legal esse carinho que o torcedor tem comigo e com as Sereias. Nós sentimentos uma baita falta na época desse momento difícil da pandemia. E conseguir ter o torcedor de volta é muito gostoso.
O Santos é um clube que está na história da minha carreira e da minha vida. Sempre demonstrou muito respeito por mim. Ele tem me marcado muito e por isso eu escolhi esses três anos aqui e pude deixar coisas marcadas aqui também.
Eu acho que aposentadoria é cedo. Acredito que tenha mais uns três anos de carreira, me cuido muito para isso. Não sei o que pode acontecer. Cada vez que eu renovo com o clube é uma alegria muito grande. Faz um tempo que não conquistamos um título de expressão e é impossível não sentir falta disso. E, precisamos, de novo, trazer isso para dentro do clube.
Cristiane, em depoimento ao DIÁRIO DO PEIXE.
Cris…eu não me conformo de você não estar na seleção… Vc está em plena forma física… Essa Pia.da tem que ter fim …nossa senhora .
Você e a nossa Artilheira…Ninguém faz gol igual vc.
Vc me emociona…nos realiza
Parabéns … Parabens…ETERNA LENDA DO FUTEBOL FEMININO…QUANTA HONRA EM SER SUA FÃ….BJSSSS