Mais uma vez, Mario Celso Petraglia usa o microfone para menosprezar o Santos. Nesta segunda-feira, na apresentação do volante Fernandinho, o “Presidente do Conselho de Administração e CEO” (nome moderno porque tudo lá é moderno mesmo o clube sendo comandado basicamente pela mesma pessoa há 27 anos) afirmou que o Athletico-PR “passou a trator” no Santos e “O que significa o Santos perto do Athletico-PR?”

A afirmação é hilária, típica do personagem que hoje é o dirigente paranaense, mas achei importante pontuar algumas coisas para os torcedores do Santos (e talvez do Athletico-PR) porque vocês sabem, uma mentira contada mil vezes vira verdade para alguns, não é?

O Athletico-PR tem um Centro de Treinamento muuuuito melhor que o CT Rei Pelé. A Arena da Baixada é mais confortável e gera muuuuito mais receita que a Vila Belmiro (a renda líquida do clube contra o Corinthians foi R$ 600 mil e a maior renda do Santos na Vila em torno de R$ 300 mil, sem contar nos dias sem jogos).  O Athletico-PR, teoricamente, tem uma gestão muito mais eficiente que o Santos.

Mesmo com toda essa “vantagem”, o Athletico-PR teve 50% a menos de receita que o Santos em 2021, segundo relatório da consultoria XP/Convocados (Santos R$ 372 milhões contra R$ 265 milhões).

Mesmo com toda essa “vantagem”, nas últimas dez edições do Brasileirão o Santos ficou na frente do Athlético-PR em seis, em três ficou atrás e um ano foi impossível comparar porque um dos dois estava na segunda divisão (nem precisa falar qual, não é?). Nesse período o Peixe somou 33 pontos a mais que o clube paranaense.

Se mesmo sem um CT de primeiro mundo, sem uma Arena Moderna, com alguns dos últimos presidentes expulsos do clube por gestão temerária, o Santos consegue gerar mais receita e ter um desempenho esportivo melhor que o Athletico-PR, imaginem o que pode acontecer quando o clube se organizar de forma mínima e investir para melhorar a sua estrutura?

Eu sigo acreditando que uma hora isso vai acontecer (a organização) e o Andres Rueda está aí para mostrar que do lado administrativo é possível.

Mario Celso Petraglia ataca o Santos desde 95, atacou em 2004 quando o Levir Culpi ligou o piloto automático e segue atacando até agora. E mesmo assim o Athletico-PR não deixa de ser um clube local. Está na hora de os próprios torcedores do clube perceberem que o dirigente grita quando não tem muito a dizer.

Ah, vocês perceberam que nem citei a história, os ídolos, as camisas, os títulos e a torcida, não é? Se fosse por esse lado, como disse o Ronaldo, membro do Canal do Diário, a discussão terminaria em 30 segundos.