Andres Rueda presidente Santos

Rueda foi eleito com votação expressiva (Crédito: Divulgação)

A gestão de Andres Rueda no comando do Santos acabou de passar da metade do período (18 meses) e já pode ser considerada um fracasso completo. Esportivamente, o clube chegou na última rodada de duas edições do Paulista lutando contra o rebaixamento, vai correr o mesmo risco pelo segundo ano seguido no Brasileiro, foi eliminado em casa de forma vergonhosa pelo Deportivo Táchira na Copa Sul-Americana, além da goleada humilhante sofrida diante do Corinthians na Copa do Brasil.

As infelizes decisões do dirigente deixam claro algo muito nítido para quem acompanhou todo o processo eleitoral: Rueda assumiu o clube sem um plano.

Ele nem precisou fazer campanha para ganhar a eleição de 2020. O empréstimo do dinheiro para o Santos pagar a dívida com o Hamburgo pela compra do Cléber Reis e acabar com o Transferban foi o grande cabo eleitoral do então candidato à presidência. Os torcedores, que sonham com um mecenas como a Leila Pereira, do Palmeiras, depositaram suas esperanças no empresário milionário e Rueda teve uma votação expressiva nas urnas.

Qual era o projeto de campanha de Rueda?

Esportivamente, não existia. Ninguém votou nele com a expectativa de que tivesse ideias maravilhosas para o futebol. Ele mesmo cansou de dizer que não entendia de futebol.

O projeto tinha dois pontos básicos: equilíbrio financeiro e pacificação do clube.

O segundo ponto já desmoronou. Mesmo com 100% dos conselheiros eletivos, ele já sofreu derrotas duras no Conselho, como o veto ao plano de sócio a R$ 10 e a indicação de Valéria Mendes para o Comitê de Gestão. Os protestos pedindo a saída dos “turistas” deixam claro que a paz política passa bem longe da Vila Belmiro. Velhos personagens do clube já se movimentam de olho na eleição de 2023.

O equilíbrio financeiro também está longe. O que houve até agora foi redução dos investimentos e acordo para a rolagem das dívidas. Não existiu qualquer trabalho novo para incrementar receitas. Com o desempenho esportivo pífio, as receitas de premiações irão minguar. A conta nunca vai fechar, especialmente com o risco iminente de queda para a Série B.

São 18 meses dos 36 de gestão e Andres Rueda ainda não aprendeu a “malandragem” do futebol. Há poucos meses, ele saiu de uma reunião com dirigentes de outros clubes e deu entrevista dizendo que a Liga estava criada. E até agora estamos vendo que existe uma briga grande entre dois grupos e a Liga está longe de sair do papel. Era claro para qualquer pessoa que conhece minimamente o funcionamento do futebol brasileiro.

Além disso, o discurso de que futebol só tem louco e ladrão incomoda demais. Rueda não é o único cara sério no futebol, não era nem entre os candidatos na última eleição do clube. Mas ele contratou um executivo de futebol (André Mazzuco) com o único argumento de que ele era “honesto”.

O argumento para a contratação de Newton Drummond eu nem posso imaginar. Era uma figura política do Internacional, viveu na esteira de Fernando Carvalho e não durou mais de seis meses em todos os trabalhos que fez longe do Beira Rio. Acredito que foi indicado pelo….Fernando Carvalho, claro.

Estamos em 2022 e não podemos mais nos contentar com um dirigente que é honesto. Isso é o básico, nem deveria ser algo a ser elogiado.

Os elogios deveriam ser para as atitudes, as decisões, a liderança, os posicionamentos.

Em tudo isso, a gestão já fracassou.