O Santos foi homenageado no Estádio Samuel Ogbemudia, na cidade de Benin, no estado de Edo, na Nigéria. Foi o palco de um amistoso para comemorar os 53 anos do jogo que parou uma guerra civil. No dia 04 de fevereiro de 1969, a equipe de Pelé e cia venceu a seleção do Meio Oeste, por 2 a 1, com gols de Edu e Toninho Guerreiro. Além de Edu, Manoel Maria, que também estava em campo nesse dia, foi convidado para o pontapé inicial.
“É uma alegria muito grande, depois de tanto tempo. Eu era jovem, recém chegado no time e encontrei tantas feras no Santos FC. Pelé é e sempre será o nosso rei, mas o nosso conjunto era fabuloso. Graças a Deus tivemos a oportunidade de participar desse jogo histórico”, afirmou, bastante emocionado, Manoel Maria.
Edu, que fez um dos gols na lendária partida, também não conseguiu esconder a emoção.
“Depois de 53 anos poder voltar nesse lugar onde fizemos com que a paz reinasse por alguns dias é algo inexplicável. Nunca haverá nada igual. Uma história que jamais será esquecida”, ressaltou.
Foram formadas duas equipes. Uma com jogadores do Bendel Insurence Football Clube, que vestiu o terceiro uniforme e outra um selecionado de jogadores locais, que vestiu o branco. O vice-governador do estado de Edo jogou, por alguns minutos, no time com o terceiro uniforme.
“Estamos muito felizes porque o passado foi trazido de volta. Foi o poder do esporte que trouxe a paz durante a guerra civil. Nasci em 1969 e estou realmente emocionado por fazer parte desse momento e recontar a história desse jogo. Ter o Santos de volta é uma das peças importantes para trazer o esporte de volta ao estado”, disse o Excelentíssimo Senhor Philip Shaibu.
A partida foi realizada em parceria com da Federação Nigeriana de Futebol do Estado do Edo e da Associação dos Torcedores da Seleção Nigeriana. O Santos foi convidado por autoridades nigerianas, após a realização do evento de estreia do novo terceiro uniforme, que aconteceu no dia 27 de setembro, na Vila Belmiro e faz parte da campanha Santos do Mundo, que tem como objetivo internacionalização da marca e que promove uma série de ações no exterior recontando a inigualável história do Peixe ao redor do planeta.
Nessa data, autoridades que representam países africanos, entre elas Shehu Yusuf, Ministro-Conselheiro da Nigéria, estiveram na ação, que começou no Memorial das Conquistas (museu) e terminou com uma grande festa em campo.
Santos FC na África
Foi durante a Guerra de Biafra, no continente africano, que o time do Santos FC viveu um dos mais épicos momentos de sua centenária história. O time Alvinegro parou a guerra na cidade de Benin, na Nigéria, para que o povo pudesse ver o espetacular time de Pelé e cia, contra a Seleção do Meio Oeste.
Essa partida não constava da programação do Clube, mas foi aceita pela diretoria do Peixe após receberem garantias de que sua estada em Benin seria cercada de total segurança.
Benin, quase na fronteira da Nigéria com a região separatista de Biafra, teve naquele dia um feriado local e o tenente coronel Samuel Ogbemudia, governador da região, liberou a passagem pela ponte que ligava a cidade a cidade de Sapele, para que todos pudessem assistir à partida.
O técnico Antônio Fernandes, o Antoninho, escalou a equipe santista com Gylmar (Laércio), Turcão, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo (Oberdan); Lima e Negreiros (Marçal); Manoel Maria, Toninho (Douglas), Pelé (Amauri) e Edu (Abel).
Cerca de 25 mil pessoas compareceram ao Ogde Stadium para assistir à exibição. Pelé foi homenageado com flores antes do início do encontro. Na sequência o Santos FC ainda seguiu para Gana e Argélia antes de retornar ao Brasil.
O legado que o time deixou no continente se faz sentir até hoje, dada à simpatia que os africanos possuem pelo time, pelo futebol brasileiro e pela figura mítica do maior jogador de todos os tempos.
No Continente Africano, o Santos FC fez uma sequência de jogos exibições na República do Congo, Congo, Lagos e Lourenço Marques, em Moçambique. O Clube foi convidado a retornar à Nigéria, desta vez em Benin, cidade próxima à fronteira com a região de Biafra, epicentro da Guerra Civil.
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