A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou um novo quadro que irá ao ar toda terça-feira para falar sobre as decisões do árbitro de vídeo. Ao lado da jornalista Ayana Simões, o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, será o responsável por analisar os lances.
O primeiro jogo analisado foi entre Santos e Vasco, em São Januário. A equipe do Rio de Janeiro reclama que foi prejudicado em pelo menos três lances de pênaltis não marcados. Antes da coletiva de imprensa do técnico Marcelo Barbieri, o diretor-esportivo do clube, Paulo Bracks, afirmou que iria à CBF reclamar formalmente.
O duelo foi apitado por Rodrigo José Pereira de Lima, de Pernambuco, e teve Luanderson Lima dos Santos (BA) e Karla Renata Cavalcanti (PE) como assistentes. O responsável pelo VAR foi Rodrigo D’Alonso Ferreira, de Santa Catarina.
20 minutos do primeiro tempo – Toque no braço de Gabriel Inocêncio
O lance aconteceu em cobrança de escanteio na área santista. O zagueiro Messias cabeceou para afastar a bola, mas ela acabou indo em direção ao braço do lateral Inocêncio. O VAR afirmou que a bola foi cabeceada na mão do jogador e liberou o andamento da partida. Para Seneme, a decisão foi correta.
“Existe uma instrução muito clara da Fifa que, quando um jogador joga uma bola no braço do companheiro, esse lance não deve ser considerado infração. É como se fosse o fogo amigo, que não deve ser sancionado. Não existe a intenção. O jogador do Santos salta. É o movimento natural jogar os braços para cima. Não dá indícios de nenhuma infração. Seria diferente se fosse um atacante cabeceando”, disse Seneme.
17 minutos da segunda etapa – Toque no braço de Joaquim
Em bola alçada na aérea do Santos, Pedro Raul e Joaquim disputaram de cabeça. Quando Joaquim cabeceou para afastar o perigo, a bola resvalou no braço do defensor santista. O Var afirmou em áudio que foi “bola na mão” e não “mão na bola. Seneme novamente concordou com a decisão do juiz e do árbitro de vídeo.
“A câmera mostra que eles estão disputando a bola. Existe a diferença entre eu ir para uma disputa e eu ir bloquear. É uma ação onde os dois jogadores estão sem o controle da bola. Disputam a mesma bola. Ninguém disputa a mesma bola com os braços para baixo. O jogador precisa desse equilíbrio para disputar. Nessa distância curta, quem pega primeiro na bola é o defensor. Ele joga no joelho do atacante. Não existe intenção e uma ação que possamos considerar infração. Na nossa visão, o árbitro e o VAR acertaram”, afirma.
44 minutos do segundo tempo – Disputa de bola entre Pedro Raul e Rodrigo Fernández
A última reclamação vascaína aconteceu nos minutos final de jogo. No lance, Rodrigo Fernández disputou a bola dentro da área com Pedro Raul. O Var afirmou que não houve contato do defensor que justificasse a queda, enquanto o árbitro de campo afirmou que o camisa 9 ‘se jogou’. Seneme avaliou a situação como interpretativo.
“É uma jogada extremamente fina. Minha intenção não é convencer todo mundo. É uma jogada interpretativa. É possível a interpretação de falta. Por que o VAR não chamou para uma revisão? A comunicação do árbitro é de interpretação de que não houve força suficiente no contato para o jogador cair. Não observamos um grande choque. Houve contato. Respeito a interpretação. Mas me chama a atenção a boa colocação do árbitro e a maneira como ele interpreta. As regras do jogo é assim. Nas situações que são 50/50, a gente fica com a escolha do árbitro, respaldado pelas regras”, completa Seneme.
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Foi o que comentei antes, futebol é jogo de contato e ocupação de espaços, quem quiser algo diferente disso vai jogar vôlei.