Em 2000, fui para a Argentina para fazer a cobertura da final da Copa Libertadores entre Boca Juniors e Palmeiras pelo DIÁRIO LANCE!. Ao entrar na Bombonera, uma frase estampada na arquibancada me chamou a atenção.
“La Bombonera no tiempla, late”. Na tradução, seria algo como “A Bombonera não treme, ela pulsa”.
A Vila Belmiro, de fato, não treme, mas nenhum estádio brasileiro pulsa como ela.
É um estádio que tem alma.
É um estádio que corre junto com os atletas do Santos, que chuta, defende e cabeceia com eles.
É um estádio onde o sobrenatural está sempre presente, como no segundo gol deste domingo diante do Grêmio.
Nenhum físico é capaz de explicar a trajetória da bola após o chutão de Julio Furch.
Estive em três jogos na Vila Belmiro neste ano. No primeiro, contra o Mirassol, só a mística da Vila é capaz de explicar a vitória do Santos.
No segundo, o clássico contra o Corinthians, levei minha filha, Maria Beatriz, de 14 anos, que reluta em torcer para o Peixe. O Santos saiu atrás, empatou, tomou o segundo gol. No final do jogo, veio a chuva e com ela o gol do empate santista, marcado por Marcos Leonardo.
A Beatriz não saiu do estádio santista, mas ao menos deixou a Vila com a sensação de que é o estádio mais legal para ver jogo entre os que ela conhece (e ela já foi no Morumbi, no Allianz e na Neo Química Arena).
Ainda estive no empate com o Internacional e fiz uma linda defesa após um chutão para as cativas de um becão do time gaúcho. Literalmente, a torcida defendeu com o Santos….
Neste domingo, no reencontro da Vila com os jogadores do Santos e seus torcedores, o Peixe conseguiu uma vitória heroica e importante demais na luta contra o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.
O Santos ainda terá oito jogos na Vila Belmiro até o final do Brasileirão. São 24 pontos em disputa. E a chance de salvação santista passa muito pelo coração do estádio bater cada vez mais forte e assustar os adversários.
No próximo, contra o Cruzeiro, estarei presente.
Se tiver a chance, faça o mesmo.
Você não vai se arrepender!
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