O técnico Kleiton Lima, das Sereias da Vila, foi apresentado em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (09). Alexandre Gallo, coordenador de futebol do Santos, e Thais Picarte, coordenadora de futebol feminino, acompanharam o treinador na apresentação à mídia. Ambos iniciaram explicando a recontratação de Kleiton após sete meses.
Em setembro do ano passado, o técnico deixou o clube após 19 cartas de jogadoras relatando assédio moral, sexual e cobrando por melhorias e mais competitividade na modalidade. Desde então, o Peixe havia efetivado o técnico Bruno Silva no comando do feminino. Sendo eliminado no Paulistão e ficando com o vice da Brasil Ladies Cup.
A nova gestão reformulou o Departamento das Sereias da Vila e manteve Bruno para o ano. No entanto, após quatro rodadas no Brasileirão e pouca evolução, o clube decidiu por demitir o profissional e trazer Kleiton Lima de volta. A diretoria do Alvinegro entende que não há problema já que o caso não teve evolução jurídica.
“Bom estar aqui de volta representando este grande clube no qual eu tenho uma vida de serviços prestados em diversas categorias e uma identidade muito grande com o futebol feminino. Em relação ao ocorrido ano passado quero deixar de maneira bem clara e transparente que eu não cometi nenhum tipo de assédio. Aquelas cartas anônimas com aquelas descrições insanas e levianas, não me pertence e nunca me pertenceram. Sempre preservei minha vida profissional dentro de uma ética. Tendo como riqueza os princípios e valorez herdados pelos meus pais e é isso que passo aos meus filhos, esposa e família. Eles participam muito do meu dia a dia como treinador, dentro e fora do clube”, afirmou.
“Claro que aquilo me causou muito espanto, revolta, repulsa e indignação, mas naquele momento sai do clube para esperar essa apuração do Santos, esse processo e não tem nenhuma acusação contra mim em esfera judicial. Ao contrário, eu que abri uma investigação judicial no segundo DP de Santos, no inquérito policial, para que se pudesse apurar quem era as autoras das cartas mentirosas, anonimas e não foi encontrado. Eu que busquei a polícia, a verdade o tempo inteiro e por isso o Santos está me contratando para fazer justiça aquilo que nesses seis meses ficaram em silêncio para trazer hoje a tona toda a verdade”, completou.
Questionado sobre possíveis motivações das cartas, Kleiton Lima relatou não ter entendido a situação e acredita que algumas insatisfações possam ter surgido diante a cobranças de metas nos treinos.
“A gente tinha um elenco de 32, 33 atletas. Às vezes acontece de algumas atletas ficarem insatisfeitas ou com metodologia dos treinos, muitas vezes pelas exigências físicas que nós tínhamos como algo com metas a serem batidas. Às vezes foram cobranças individuais, não só da minha parte de como toda a comissão técnica. Isso acabou gerando outras insatisfações, às vezes grupos de meninas que não moram no alojamento e outra mora com outras atletas. Essas insatisfações acabam se misturando com outras, mas eu não sei até hoje. Não quero saber, é algo passado e por uma pedra nisso. Estou para falar de futebol e fazer um trabalho novo com essa gestão. Agradeço a oportunidade do Marcelo, Thais e Gallo. Acreditam no meu trabalho em campo, na minha ética profissional e infelizmente o que passou passou”, concluiu.
Alexandre Gallo participou do processo interno do Peixe que investigou sobre as cartas. O dirigente revelou parceria com a Polícia Civil e trabalhos de apuração denteo do clube. Diante disso, acredita que o Santos está fazendo justiça ao trazer Kleiton de volta ao comando do feminino.
“Inicialmente, temos que passar por tudo que aconteceu. Uma exclamação da nossa parte. O complexo do clube que é bastante atuante, não só ano passado também, indeferiu qualquer situação negativa em relação ao Kleiton. A Polícia Civil também, estive com eles e não trouxe nada até agora. Inclusive, fui um dos depoentes. Então, a gente fica bastante tranquilo em relação a isso. Sobre caráter, condulta e família. Parabéns por esse retorno, o Santos se sente feliz de ter você de volta”, afirmou.
“Nós somos pais, quando existe qualquer tipo de denúncia sobre assédio, o Santos como instituição tem que preservar o ocorrido. Segundo, tentar verificar os fatos e isso não é da noite para o dia. Nós tivemos bastante contato com a polícia civil, que agradeço por nos servir de uma maneira maravilhosa e parceiros nesse sentido. O Santos, principalmente o RH, tem um trabalho interno sobre assédio, qualquer outra situação que venha a ser adversa a alguma situação de convívio, nosso RH é intenso e existe um processo interno sobre isso. Como funcionários temos que preservar por isso e o Santos agiu da maneira correta como instituição. Deu tempo para que tudo fosse esclarecido e chegamos ao consenso que nada aconteceu o que foi colocado nas cartas. A volta dele é justiça e o senso de justiça mora dentro do Santos. Tem que morar dentro dos nossos corações e Deus ensina dessa maneira. Tudo que aconteceu com ele seja para talvez traze-lô como uma pessoa melhor e profissional melhor. Foi uma situação que o Santos deu tempo à necessidade que dar para que as coisas esclarecerem”, esclareceu.
Por fim, Picarte seguiu a linha do executivo e falou da busca do pela responsabilidade com a verdade. A gestora afirmou ter conversado com atletas do elenco e outras jogadoras que saíram do clube, lembrando a marca Sereias da Vila e comemorando o retorno de Kleiton de forma esclarecida.
“Falando sobre a responsabilidade do Santos, sempre com a verdade. Nós temos uma responsabilidade para com o clube, atletas e para o futebol feminino no país. O clube apurou todas as informações, abriu-se um processo administrativo. Eu pessoalmente, como gestora do departamento, e como mulher apurei a fundo. Não só com pessoas que aqui estão, com atletas que saíram e nada se foi provado. Argumentos fracos, frágeis e que trouxeram uma mancha desnecessária para o Santos. Clube vitorioso no futebol feminino. Tivemos não só apuração como pedido de atletas que aqui estão. Reforço de atletas que saíram dessas inverdades e processo de retorno. Da minha parte, o que eu posso esclarecer, é que o clube tem responsabilidade com a verdade e por isso Kleiton está aqui de volta”, concluiu.
As Sereias da Vila voltam a campo diante o Corinthians nesta sexta-feira (12), às 20h30min, na Vila Belmiro, pela quinta rodada do Brasileirão. Além do torneio nacional, a equipe feminina do Santos terá Campeonato Paulista em maio e disputa de Libertadores em outubro no Uruguai.
“Cheguei faz quatro dias. Foram quatro sessões de treinamento com grupo e elenco novo. Foi mesclado um trabalho de jogadoras mais experientes com outras mais novas. Tivemos esse ano um ato importante no departamento que foi trazer a base para dentro das estruturas do Santos. Isso faz com que a gente possa acompanhar de perto o desenvolvimento dessas jovens promissoras. Estamos nesse momento buscar interagir com as categorias de base. O clube passou por essa restruturação. Claro que enfrentar o Corinthians, que hoje tem a hegemonia dos títulos nos últimos anos do futebol feminino brasileiro. É um jogo muito complicado, difícil e com pouco tempo de trabalho. A gente acredita que o planejamento foi de deixar claro que a gente tem um trabalho a médio prazo buscando sim como objetivo principal a Libertadores da América. Até lá tempo para colocar alguns comportamentos novos no time, no esquema tático e variações. Sem dúvida, esse jogo contra o Corinthians é um primeiro desafio muito grande”, projetou Kleiton.
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Modesto Roma é quem manda no feminino, embora não oficialmente. Isso explica o desastre atual.
Risadinha nao tem a mínima condição para ocupar qualquer cargo
VERGONHA
Kleiton Lima é um vencedor no Clube, seja bem vindo no retorno…
Que o passado fica lá, o Clayton e vencedor e TDO ué foi dito não foi provado…bem vindo a sua casa….
Como fica o ambiente , desrespeito total as jogadoras que estão lá, com tanto treinadores disponíveis vai pegar novamente o Kleiton , nota 0 para a diretoria nesse caso.
CONCORDO
uma VERGONHA
Não gosto de futebol feminino. Para mim não faz diferença. Mas, suponho que não será repetindo as mesmas práticas que já se provaram infrutíferas no passado que o time voltará aos melhores dias.