Diário do Peixe completa sete anos nesta quarta (Crédito: Arte TH)

Era meados de outubro de 2017. Eu tinha acabado de sofrer mais uma grande decepção com o “mundo do futebol” e precisava encontrar um caminho na vida. Comecei a pensar em algumas alternativas e conversar com amigos. Um deles, o Rodrigo Vessoni, sempre dizia em um grupo de whats app de ex-profissionais do LANCE! do sucesso do Meu Timão, principal site segmentado do Corinthians.

A cobertura de Santos na “grande mídia” sempre teve pouco espaço. Mesmo no L!, local em que trabalhei por seis anos, o espaço era pouco menor do que o reservado para os co-irmãos. Poucos eram os jornalistas que falavam apenas do Peixe, como o Ademir Quintino.

A ideia de criar um site segmentado sobre o Santos começou a amadurecer, mas era preciso entender melhor o mercado e procurar parceiros para o projeto. Um dos primeiros contatos feitos foi com o Zé González, amigo de longa data e então chefe de redação do esporte da Globo em São Paulo. Dele me lembro de um comentário sobre a comunicação esportiva:

“Não posso dizer o que será da comunicação esportiva nos próximos cinco anos, mas se eu fosse apostar diria que caminha para a segmentação”.

O Zé também deu uma lembrança fundamental e decisiva. Um amigo em comum, o Christian McCardell, também santista, tinha acabado de sair de uma das maiores agências de comunicação do Brasil. “Faz algo com ele”.

A conversa com o Chris foi rápida. Não pintou nem um tipo de dúvida. Ele embarcou no projeto de cabeça e mostrou-se o melhor parceiro que qualquer pessoa poderia ter.

Também fui falar com outro amigo, Mauro Teixeira, ex-Folha e algumas das principais agências de comunicação do país. Ele gostou da ideia logo de cara e demonstrou interesse em fazer parte do projeto.

O Diário do Peixe começava a virar uma realidade. Marquei uma reunião com outro amigo, Mateus Silva Alves, meu veterano na Unesp e ex-lANCE!, Diário Popular e JT. O Mateus estava no projeto Chuteira FC e eu queria entender dele como estava o site, quais os pontos fortes e fracos, o que ele tinha aprendido com os primeiros meses no ar. Quando falei da ideia do Diário, ele mostrou interesse em fazer parte do projeto também.

Assim nos tornamos quatro no projeto inicial.

Ainda conversamos com o Danilo, dono do Meu Timão, com o Pedro Navio, presidente do Red Bull Brasil na minha época e investidor do Torcedores.com, e fiz uma reunião com o Ademir Quintino para sondar a possibilidade de tê-lo como colunista do site.

Indicado pelo Mauro Teixeira, o Lucas Simon fez a criação do site. O nome eu mesmo nem lembro como foi escolhido. Acho que sugerimos alguns e DIÁRIO DO PEIXE foi o vencedor.

Fizemos entrevista com o Vitor Anjos, ex-Gazeta e hoje na assessoria do Santos, para ser o nosso primeiro repórter. Ele não tinha condições de aceitar o convite, mas indicou o Eder Traskini, hoje no uol, que foi nosso primeiro setorista.

A Isabel Nascimento, a Imparcialmente santista, foi uma das primeiras colunistas. Tivemos uma ótima conversa em uma padaria próxima da Espn Brasil e ela logo embarcou na ideia. E é muito legal para a gente ver o quanto ela cresceu e conquistou desde então.

No dia 27 de novembro de 2017, o site foi ao ar. Nas primeiras semanas, tivemos matérias especiais com Pepe, Sole Jaimes e uma entrevista exclusiva com o então presidente Modesto Roma. O Mateus Alves e o Christian McCardell foram no Domingo Esportivo, da TV Santa Cecília, para apresentar o projeto.

“São uns quatro caras que ninguém conhece”.

Assim as pessoas envolvidas com a política do Santos citavam os responsáveis pelo DIÁRIO no começo. Fazia sentido. Nenhum dos quatro tinha envolvimento com a política do clube e sequer tinham trabalhado como setorista do Santos.

Em sete anos, completados nesta quarta-feira, o DIÁRIO DO PEIXE superou diversas barreiras, inclusive uma pandemia. O Mauro e o Mateus deixaram o projeto em um determinado momento e, assim como eles, muitos bons profissionais passaram pelo DIÁRIO, como o Felipe Mendonça, a Gabriela Brino, o Guilherme Lesnok.

Hoje o Diário é um dos principais veículos segmentados do país, com números expressivos em todas as plataformas e, mais importante, com o respeito da grande maioria dos torcedores do Santos.

Temos hoje provavelmente a maior equipe falando de Santos semanalmente. Uma equipe plural, com profissionais e amigos que vestiram a nossa camisa, como a Anita Efraim, Caio Ruscillo, Juliane Santos, Laura Marcello, Lucas Barros, Paulo Anaral e Rean santista.

Não acertamos sempre, temos muito ainda a melhorar e crescer, mas posso dizer uma expressão bem santista sobre o aniversário de sete anos e a trajetória do DIÁRIO DO PEIXE.

“É um orgulho que nem todos podem ter”.