O Santos divulgou nesta quarta-feira o balanço do primeiro trimestre de 2018 com um déficit de quase R$ 50 milhões. O clube teve um gasto de R$ 105 milhões e as receitas ficaram na casa dos R$ 75 milhões. Veja aqui o balanço dos seis primeiros meses de 2019.
O número ainda não apresentou os valores da segunda parcela da venda de Rodrygo ao Real Madrid (cerca de R$ 96 milhões), que entraram em julho, mas a situação financeira do clube é preocupante.
O presidente José Carlos Peres busca R$ 50 milhões em receitas extraordinárias para conseguir pagar todos os salários até dezembro. Sem isso, não há garantias para os salários dos três últimos meses do ano. Só a folha salarial do Peixe está na casa dos R$ 13 milhões mensais.
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O próprio presidente já declarou publicamente a necessidade de vender um ou dois atletas nesta janela de transferência, que termina no dia 31 de agosto para a grande maioria dos países da Europa, mas nenhuma negociação ainda foi concretizada. O clube ainda procura uma transferência, por exemplo, para o meia Cueva.
O Peixe já fez um acordo com outros clubes que tem contrato com a Turner e antecipou cerca de R$ 22 milhões. Com a Globo, o clube ainda tem pouco mais de R$ 40 milhões a serem recebidos, valores já previstos em contas (receitas ordinárias).
O clube tem a esperança em uma possível transferência do atacante Neymar do Paris Saint Germain para Barcelona, Real Madrid ou Juventus. O Peixe tem direito a 4% dos valores negociados pelo mecanismo de solidariedade da Fifa. O jogador se transferiu ao PSG por 222 milhões de euros. Se o craque for vendido pelo mesmo valor, o Santos teria direito a cerca de R$ 37,8 milhões.
O DIÁRIO apurou que o presidente já conversou com integrantes do Grupo Guia para solicitar ajuda. O Grupo Guia foi formado na gestão de Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro para dar apoio à presidência e tinha executivos de alguns dos principais bancos e empresas do país.
O DIÁRIO DO PEIXE procurou o presidente José Carlos Peres para pedir uma posição sobre as contas e a conversa com o grupo Guia, mas não obteve uma resposta até a publicação dessa matéria.
Houve uma mudança no Santos FC. No passado, apesar das gestões temerárias, sempre deram espaço para atletas vindos das categorias de base, de forma que sempre pingava uma grana com a venda desses jogadores para o exterior. A atual gestão acertou ao trazer o Sampaoli, que conseguiu fazer um time mediano se destacar no Brasileirão, num momento em que as equipes mais fortes disputam várias competições em paralelo, ficam desgastadas, e isso favorece o Santos FC, que so tem o Brasileirão, com semana cheia para realizar treinamentos. Ocorre que o Sampaoli tem um defeito: não aproveita jogadores da base. Não coloca os jovens para jogar alguns minutos para se ambientarem em jogos de profissionais. Vira e mexe e noticiado que o Sampaoli se encantou com o futebol de algum garoto. Então, a promessa de craque é puxada para ser sparring, queima etapa da base, mas fica no limbo. A diretoria, por sua vez, comete o erro de contratar veteranos “de baciada”. São várias as contratações de jogadores que estavam encostados nos antigos clubes e que não tem mercado. Ninguém tem interesse em jogadores acima dos 30 anos, em baixa na carreira, com salários absurdos. Jogadores que deveriam estar numa Inter de Limeira, num Figueirense, são contratados como craques e grandes reforços, como Para e Uribe. Chegam mas, como era de se esperar, não estão jogando nada. Então o Sampaoli descobre que o que já tinha disponível no elenco é melhor do que os tais reforços. Para aliviar a folha, o Santos FC só consegue emprestar esses veterano se arcar com boa parte do salário. Resultado: o Santos FC não tem ninguém para vender nessa janela de transferências e, provavelmente, não terá ninguém para vender nas próximas e ainda tem de arcar com pesados salários de jogadores em fim de carreira que ficam encostados esperando propostas que não aparecem.
Como sócio do Santos, como torcedor fico triste em ver que o Santos fica inviável quando contrata muitos jogadores.
Depois da era Pele’ o Santos nos deu as maiores alegrias com elencos de folha salarial baixa: 1978, 1995(apesar do Márcio Resende) 2002 e 2010.
As sucessivas gestões temerárias vai fazer esse time cair para a segunda divisão.