Não são só os negros que têm de exaltar o Santos por essa campanha incrível, sobre o time de branco e de preto. Qualquer um que torça por esse time tem obrigação de saber que dentro desse clube não tem espaço pra preconceito.
É nosso papel criar um ambiente desconfortável pra qualquer um que seja racista, xenófobo, misógino.
Não tem uma vez que eu não pise na Vila Belmiro que eu não sinta algo diferente. Lá, de todos os estádios que já fui na vida, é onde me sinto mais a vontade. É onde eu não tenho medo. Onde me sinto confortável em ser uma mulher que ama futebol.
E, pra mim, é obrigação que o Santos faça com que todos os torcedores se sintam assim. Confortáveis. Orgulhosos.
Qualquer instituição que vive da paixão do seu consumidor precisa de engajamento, claro. Mas também é preciso saber quem você quer que seja engajado. É importante que o time de futebol mostre que, ali, não há espaço para preconceito.
A comunicação do Santos, que parece viver em um mundo a parte (atenção, isso é um elogio!), conseguiu mobilizar uma parte significativa da torcida para questionar: ok, bela campanha, mas e o membro do conselho que fez ofensas racistas contra pardos há alguns meses?
Nesta semana, ele foi retirado do quadro de sócios do clube.
Você não precisa ser preto pra lutar contra o racismo. Só precisa ser uma pessoa decente.
Se você é santista e não entende a importância dessa campanha, é preciso repensar. É um orgulho torcer pra time de branco e de preto. E resta torcer pra que esse espírito de luta contra o preconceito esteja cada vez mais presente na instituição.
O Santos não pode ser espaço pra gente assim. Como diz o vídeo: aquela nuvem negra, pra gente, é esperança.
“Enquanto um negro ousar quebrar o sistema com a bola nos pés, o Santos viverá. Pode ter certeza.”
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