O projeto do Retrofit da Vila Belmiro ganhou o impulso que precisava. Há cerca de 20 dias, um reunião entre o presidente José Carlos Peres e representantes da W Torre, empresa que reformou e administra o Allianz Parque, encaminhou uma parceria entre o Santos e a empresa para o financiamento da obra, orçada em cerca de R$ 230 milhões. A cúpula santista saiu muito otimista do encontro.
As conversas foram interrompidas nos últimos dias pelo saída do técnico Jorge Sampaoli, mas a previsão do clube é para a assinatura de um “memorando de intenções” na primeira quinzena de janeiro. Depois disso, o passo seguinte é aprovar o modelo de acordo no Conselho Deliberativo do clube. Na sequência, conseguir a aprovação para a realização da obra na Prefeitura de Santos.
Depois do sucesso do Allianz Parque, a W Torre pretende levar o modelo de negócio para outras Arenas. A empresa planeja conseguir o retorno com Naming Rights, vendas de cadeiras e camarotes, além de eventos. No modelo de negócio inicial não estão previstos grandes shows pela própria capacidade do estádio, cerca de 22 mil pessoas, mas eles podem acontecer eventualmente.
O Santos ficaria com a receita de bilheteria dos jogos e teria uma participação em todos os produtos (cadeiras, camarotes, eventos, etc..) vendidos pela W Torre.
A parte mais demorada de todo o processo tende a ser conseguir todas as aprovações nos departamentos específicos da Prefeitura. Na apresentação do projeto ao Conselho Deliberativo, o arquiteto Arthur Katchborian afirmou que a Prefeitura havia dado sinal verde para algumas obras que dependiam da sua aprovação, com a transformação da Rua Princesa Isabel em uma rua de trânsito local e seja transformada em uma espécie de Boulevard na frente da Vila Belmiro. Segundo o arquiteto, as sugestões foram bem-vindas. Na Rua Dom Pedro, a arquibancada invade a calçada. No entanto, essas aprovações precisam ser formalizadas através de decretos.
Após todas as aprovações, o prazo para a conclusão das obras é de cerca de dois anos.
Esse estádio retrofitado será o caixão do Santos FC.
Condenar um clube com essa grandeza, a um retrofit para 22 mil lugares é a maior prova de desamor e egoísmo dos dirigentes santistas.
Aprisionando o clube a uma região demográfica e economicamente limitada, num estádio sem estacionamento, sem capacidade para receber grandes públicos.
Ainda fechando parceria com a construtora que fez a grande arena do Palmeiras, nos relegando a esse retrofit humilhante.
É lamentável, é absurdo, é inaceitável.