O Santos Futebol Clube é conhecido por sua base forte, por seu olhar diferenciado e valorização dos Meninos da Vila – parte disso é claro que é uma consequência do baixo poder aquisitivo do time, mas em terras em que a fonte nunca seca e que raios caem mais de uma vez, a Baixada nunca deixou os torcedores na mão. O objetivo disso sempre foi criar grandes jogadores que possam ajudar o time e possivelmente se tornarem lucrativos.
O problema é que de alguns poucos anos para cá o Santos está virando uma espécie de vitrine não só para a base, mas também para jogadores experientes, que fora dos holofotes, precisam de um impulso para voltar a crescer no futebol. A questão se agrava porque esse leve impulso santista está levando os atletas para outros territórios brasileiros, reforçando os rivais com o nosso investimento.
Hoje o Flamengo conta com Bruno Henrique, Gabriel, Gustavo Henrique e possivelmente Thiago Maia (Diego foi um caso diferente). Além disso, faturaram milhões em cima de Jean Lucas – o jogador inutilizado no time que só ganhou mercado porque jogou pelo Santos. Agora ouvimos inúmeros boatos de que o Grêmio quer Sánchez, Palmeiras quer Soteldo, Jorge no Flamengo e o caso mais conhecido de 2019: Jorge Sampaoli.
O Santos é um time muito grande para ver seus jogadores, aqueles que ele foi atrás, investiu e acreditou no potencial, irem para times rivais. Assistimos isso de perto com Lucas Lima em 2018 e nos afetou como uma grande traição. Qual será a dificuldade de manter um atleta animado e motivado para permanecer no Santos? Somos um time gigante, jogamos grandes campeonatos e mesmo assim continuamos perdendo peças importantes. E o pior é que normalmente não ganhamos com essas saídas.
E normalmente quando contratamos grandes nomes de times brasileiros nos deparamos com as histórias de Leandro Damião, Cueva ou Uribe. O Santos precisa aprender com esses erros, renovar na hora certa e não deixar mais que essas vendas aconteçam. É claro que precisamos de fluxo de caixa, mas é preferível ser conservador na compra do que na hora da renovação de atletas com futuro.
O ano só está começando, mas não podemos perder tempo e deixar com que os bons nomes de 2020 reforcem outros times em 2021.
Pra cima deles Santos! Feliz 2020 para todos nós.
Enquanto isso, tem os casos de jogadores fraquíssimos, inúteis ao Santos que têm contratos longos e salários fora da realidade do mercado. Jogadores que são continuamente emprestados com o Santos bancando boa parte dos salários, como nos casos do Rodrigao, Cleber Reis, Longuine, Romário. O Santos, que não tem dinheiro, ficacsubsidiando times da série B porque não tem o que fazer com inúmeros jogadores contratados sem critério, “de baciada”. Outro dia li que o Santos esta tentando se livrar do lateral Alan Cardoso, que veio para compor o time “B” (vulgo Aspirantes), mas não consegue empresta-lo por conta do salário, que é de R$ 35 mil. O Santos precisa de profissionais competentes no setor de análise de desempenho para garimpar jogadores com reais possibilidades de jogar no time principal. Jogadores como Lucas Braga, Longuine, Yuri, Felipe Cardoso só servem para aumentar as despesas com salários.
E o que a nobre colunista sugere? Escrever um texto lamentoso e não analisando a peculiaridade de cada caso soa com viés político. GH sair foi culpa do Santos? Não aceitou proposta da diretoria e saiu sem que o clube que o lançou, que bancou sua carreira e sua cirurgia e recuperação do joelho recebesse um tostão furado. BH também foi ingrato, Gabriel tem salário de mais de 1 milhão e Lucas Lima um sanguessuga ingrato. Então, qual a sugestão da colunista? Só jogar uma culpa camuflada no ar não passa de “cornetagem”