Até junho de 2019, Weslley Pinto Batista era só mais um garoto simples do interior do Maranhão que alimentava o sonho de ser jogador profissional na escolinha do Atlético Maranhense. Seis meses depois, ele já virou xodó nas categorias de base do Santos, assinou um contrato de profissional com multa de R$ 450 milhões e já está na mira de olheiros das categorias de base da Seleção Brasileira.
Weslley é mais conhecido pelo seu apelido, Patati, ganho graças a uma situação que explica um pouco da realidade do garoto, de apenas 16 anos, até o ano passado.
“Quando comecei a jogar meus pais não tinham condições de comprar um tênis para mim. Daí, tinha que pegar os tênis dos moleques mais velhos que tinham o pé duas vezes maior que o meu para poder jogar”, explicou ao DIÁRIO o garoto, que ganhou o apelido de um palhaço que fazia muito sucesso na TV ao lado do Patatá.
“Tenho o apelido desde os oito anos de idade. Então, já me acostumei”, diz Weslley.
O garoto chegou a fazer um teste no São Paulo quando tinha 13 anos, mas não foi aprovado pelo biotipo. Sorte do observador do Santos na Bahia, Joãozinho Bonfim, que olhou para o talento do garoto e não para o tamanho e o convidou para treinar no seu CT. Dois campeonatos depois, o olheiro já teve a certeza de que Weslley nem precisava de testes para fazer parte das categorias de base do Peixe.
“Joguei dois campeonatos (Copa Xiqui Xiqui e Copa Luiz Eduardo). Fui o melhor jogador em um e o artilheiro no outro. Já fui para o Santos sem precisar fazer teste”, afirmou o garoto.
Weslley Patati chegou ao Santos no final de julho, meio da temporada. Ainda no primeiro ano do Sub-17, ele não foi aproveitado no Paulista (o Peixe foi eliminado na terceira fase). No início de dezembro, assinou contrato de formação com o clube. Foi para um jogo-treino contra o Atlético Roraima, que disputaria a Copa São Paulo de Juniores, fez gol, deu assistências, dribles…pintou e bordou em campo. Saiu com um contrato profissional com a multa de R$ 450 milhões citada no início da matéria.
“Fiz o contrato de formação em uma quarta-feira. Na sexta teve o jogo-treino. Quando acabou, o Jorge (Andrade, coordenador das categorias de base do Santos) chamou meu empresário para fechar o contrato profissional”, lembra.
Neste início de ano, Weslley viajou para o Rio Grande do Sul para defender o Santos na primeira competição, a Copa Santiago. Tem começado os jogos, mas entrou no segundo tempo diante de Allianza Lima e Juventude e mostrou rapidamente como convenceu o clube a assinar o contrato de profissional. Mesmo ainda longe das condições ideias.
“O Weslley Patati é um menino que está em formação, a gente tem de tomar o cuidado muito grande porque está em fase de crescimento. É um jogador que ainda não é maturado e a gente está tomando o maior cuidado, colocando ele aos poucos”, afirmou o técnico Márcio Griggio.
Nesta sexta-feira, às 19 horas, o Santos volta a campo pela Copa Santiago para enfrentar o Nacional, do Uruguai (a transmissão será compartilhada na página do DIÁRIO no facebook). Patati pode ganhar a primeira chance na equipe titular. Ao lado de Ângelo, campeão sul-americano com a Seleção Brasileira em 2019, e de Andrey Quintino, ele já aparece como uma das maiores promessas da competição, no radar até dos observadores da seleção que acompanham o torneio.
“Nunca pensei que fosse acontecer tantas coisas tão rápido na minha vida. Espero evoluir a cada dia, ganhar meu espaço e, um dia, subir para o profissional e fazer uma história no Santos”, afirmou ao DIÁRIO.
Fica a pergunta: o Santos FC é detentor de 100% dos direitos ou o jogador já chega “fatiado” com o tal olheiro que o descobriu retendo um bom percentual e a família do garoto com outro percentual? Exemplo: o “Pa” fica com o Santos FC, o “Ta” fica para o agente e o “Ti” é do próprio jogador/família.