O Santos fez a sua melhor partida no Paulistão nesta quinta-feira, diante da Inter de Limeira, na Vila Belmiro. Seria fácil justificar o desempenho da equipe pela fragilidade do adversário, mas vale muito mais chamar a atenção para duas situações apresentadas durante o confronto.
A primeira delas é a diferença provocada pela mudança de uma peça. Na primeira análise sobre o Santos de Jesualdo, escrevi nesse espaço que a proposta de saída de bola com dois zagueiros e Alison não funcionaria pelas características do volante e que, talvez, a melhor opção para manter o sistema seria a utilização de Jobson.
Jobson foi escalado diante da Inter e mostrou ter as ferramentas necessárias para a função. Por diversas vezes ele encontrou passes entre as linhas do adversário e conseguiu iniciar bem as jogadas. O Santos perde em poder de marcação com ele, Jesualdo disse na entrevista após o jogo que ele precisa ter leituras melhores, mas com o tempo e treinamento, o técnico pode construir um modelo de jogo em que a falta de “pegada” de Jobson possa ser contornada com bom posicionamento do time.
O segundo ponto foi a entrada de Evandro. Com ele, o Santos conseguiu trabalhar pelo meio, fazer a bola circular no chão entre os dois lados do campo.
O mapa de calor ao lado foi do primeiro jogo do Santos no Paulistão, diante do Red Bull Bragantino. Existia um buraco no meio-campo do Peixe. A bola circulava pelo alto de um lado para o outro. O padrão se manteve diante do Guarani.
No primeiro jogo, o Santos deu 30 cruzamentos para a área, de acordo com o Sofá Score. No segundo jogo foram 25. Diante da Inter de foram “apenas” 17 lançamentos para a área.
A atuação de Evandro e a importância da forma como ele joga para o time levanta a discussão para o momento de Diego Pituca. O volante teve uma queda de rendimento grande no segundo semestre de 2019 e ainda não recuperou o nível de atuação em 2020.
Além disso, ele não tem a mesma qualidade de passe de Evandro. Pituca pode ser melhor aproveitado na função que Jesualdo Ferreira utilizou Alison e Jobson até aqui. Ele não marca tanto quanto Alison e nem tem a qualidade de passe de Jobson, mas é melhor que os dois em seus respectivos pontos fracos (tem mais qualidade de passe que Alison e mais poder de marcação que Jobson).
Não custa lembrar que alguns dos principais jogos do Santos no ano passado foram com a formação Pituca, Sánchez e Evandro no meio-campo.
Nos três jogos até agora, o Santos praticamente não existiu no segundo tempo. Nos dois primeiros a queda foi nitidamente física. Diante da Inter, o time já tinha feito o resultado e administrou o ritmo pensando no clássico contra o Corinthians, um time ainda irregular na competição.
O clássico, aliás, pode dar uma ideia do que o Santos pode conseguir na temporada. No ano passado, em todos os confrontos contra o maior rival, o Peixe transformou o adversário em um “time pequeno”, que se defendeu em quase todo o tempo com todos os jogadores em seu campo. Vamos ver se isso se repete domingo ou se o padrão muda.
Ah, e vale um aviso: marquem o Cantillo.
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