Defensa y Justicia ainda está invicto em 2020 (Crédito: Divulgação)

O primeiro adversário do Santos na Copa Libertadores é o Defensa y Justicia, clube argentino. A estreia é na casa deles, no dia 3 de março, próxima terça-feira.  Até agora, o Defensa y Justicia jogou 5 partidas no ano. Venceu três, empatou duas. Não perdeu nenhuma. O Santos já perdeu duas partidas entre as sete disputadas. O número de empates e vitórias está igual.

No sábado, as duas equipes têm um clássico pela frente. O Defensa y Justicia contra o River Plate fora de casa. O Santos, contra o Palmeiras, em casa.

Qual a grande diferença entre esses dois times, além de dois jogos (e duas derrotas) a menos? Os valores dos ingressos.

Enquanto os argentinos vendem as entradas para a estreia na Libertadores por, no máximo, R$21, o Santos tem o mais barato por R$60 para quem não é sócio do clube.

O Defensa y Justicia é um clube menor que o Santos, com muito menos projeção nacional e, obviamente, internacional. A Libertadores é uma oportunidade muito importante. Por isso, claro, é essencial que o estádio esteja abarrotado de torcedores. É preciso aproveitar que o time ainda não perdeu na temporada e fazer valer o fator casa.

E o Santos? O Santos vive um momento em que o trabalho do técnico é muito questionado, passa por uma mudança de estilo de jogo que não era desejada por nenhum torcedor. Prestes a enfrentar o melhor dos rivais estaduais, se vê no direito de cobrar valores altíssimos de seu torcedor.

Quanto sentido isso faz?

Isso mesmo: nenhum.

O Santos PRECISA do seu torcedor no estádio para apoiar o time, para cobrar, para incentivar os jogadores e mostrar que existe ali muita gente que faz questão de ver o Santos evoluindo e jogando bem.

Se só foram vendidos 9 mil ingressos para o clássico contra o Palmeiras, não se pode culpar o torcedor. O torcedor não está errado de não querer pagar, no mínimo R$60 para ver um time que não empolga, que joga mal e não apresenta evolução. Não dá pra cobrar que o torcedor se interesse se não há NADA interessante.

Claro, é preciso entender que, agora, com a privatização, jogar no Pacaembu está mais caro pro Santos e para qualquer outro clube. Mas uma estrutura (supostamente) melhor não é o que atrai o jogador pro estádio. E, ainda assim, não acho que justifique nada, já que os ingressos pro jogo contra o Mirassol também estão caros – não é jogo de Libertadores ou clássico, só um jogo do Paulista.

Acho inválido argumentar que, para sócios, o valor cai pela metade. É verdade. Mas o Santos tem 30 mil sócios, um número ridículo em relação ao tamanho do clube. Não há campanhas para se associar de forma mais barata, não há voto a distância e não há vantagens para quem for sócio a distância.

Não acho que os valores do Sócio Rei sejam abusivos, acho que pra algumas pessoas há vantagens significativas, mas acho que é preciso melhorar e querer crescer em relação ao projeto.

O Santos precisa entender melhor quem é seu torcedor. É uma pesquisa de mercado. Só assim o público melhora e a instituição cresce.

Ver o estádio cheio, a torcida cantando – seja para apoiar ou cobrar – é uma das maiores instituições do futebol.

O Santos precisa ter o aumento do número de torcedores no estádio como seu maior objetivo.