Modesto foi presidente entre 2015 e 2017 (Crédito: Santos FC)

A gestão de Modesto Roma Júnior foi uma das mais polêmicas da história do Santos. Tanto que o ex-presidente acabou expulso do quadro de sócios do clube no final de 2019. Por outro lado, foi durante o mandato dele que o Peixe conquistou seus últimos títulos, o bicampeonato paulista 2015/2016.

O ex-presidente deu entrevista ao Canal do Nicola, do jornalista Jorge Nicola, e falou sobre diversos assuntos. Desde a parte política do clube, até dentro de campo. Temas como o estádio e a expulsão de sócio do Peixe também fizeram parte da conversa. Confira abaixo as principais respostas de Modesto Roma Júnior na entrevista.

Relação com Marcelo Teixeira

O ex-presidente Marcelo Teixeira foi de grande ajuda. Nos emprestou 4 milhões. Devolvemos esse dinheiro em 15 dias, mas naquele momento foi muito importante a ajuda dele. Eu não tenho relação estreita com o presidente Marcelo Teixeira, mas até hoje falam que fui carneiro dele.

Demissão de Enderson Moreira

A Tribuna publicou uma matéria do Enderson criticando o Gabigol e os atletas da base. Li a matéria e fui para o CT. Chamei ele para conversar, dizer a ele que não se refira aos atletas publicamente desta forma. Você cria um mal-estar no elenco, desnecessariamente.

Ele disse: ‘Se o senhor está insatisfeito comigo, eu também estou insatisfeito com o Santos’. A conversa durou uns 20 minutos. Eu não demiti o Enderson, embora ele tenha dito que eu o demiti.

Adiamento da final da Copa do Brasil 2015

Eu não acho que isso tenha pesado (adiamento). Estávamos disputando uma sequência grande de jogos. Tínhamos muitos atletas desgastados e machucados. Eu olhei a tabela, vi nossa sequência e qual seria nossa janela mais confortável. Perdemos porque o futebol é assim. No jogo da Vila Belmiro, Gabriel perdeu um pênalti e o Nilson perdeu um gol inacreditável.

Projeto do novo estádio

O projeto para o estádio não era uma promessa, era um estudo. Apresentamos no Conselho, a empresa. Dependia de quatro partes, porque a área tinha quatro partes interessadas. O Santos, a Portuguesa, o Portuários e a União Federal. As coisas avançaram até determinado ponto. Não houve uma conclusão, até porque se chegou ao fim do mandato e essas coisas não são rápidas de se resolver. O Conselho da Portuguesa Santista não aprovou. O nosso queria discutir mais o assunto.

Críticas à gestão José Carlos Peres

Tirar os ex-atletas do comando da base. Se tirou Nenê Belarmino, Juari… diversos ex-atletas, que faziam o comando da base e revelaram jogadores excepcionais. Esse foi um desacerto muito grande.

O Bruno Henrique e o Gabriel ganhavam muito dinheiro. Não tínhamos condições de continuar pagando, mas trouxemos, pelos mesmos valores, Cueva e Uribe.

Exclusão do quadro associados

Eu não fui comunicado oficialmente de nada disso. Nenhum órgão do Santos me comunicou. No dia que eu for comunicado, vou tomar as medidas judiciais cabíveis. Hoje, não tenho conhecimento de tal exclusão.

Segundo eu soube, teria a ver com as contas, com o atual estatuto do Santos. Todo e qualquer presidente do Santos é expulso no fim do mandato. Não há nenhum presidente, nos últimos 30 anos, com as contas aprovadas no fim de gestão. O julgamento não contábil é puramente político.

Comitê de Gestão

Comitê de Gestão é um erro estatutário imenso. Não funciona e nunca vai funcionar. Você não consegue fazer uma gestão profissional com gestores amadores. Nenhum membro é remunerado. Eles vão quando podem ir. Futebol profissional se faz com profissionais.

Avaliação da própria gestão

Tivemos superávit em 2016 e 2017. Tivemos prejuízo em 2015, decorrente do passado. As pessoas precisam entender, eu sempre tive uma comunicação ruim. Não estou criticando ninguém que trabalhou na minha assessoria, mas não conseguíamos transmitir aquilo que estávamos fazendo. Apanhávamos, mas não conseguíamos responder.