Peixe tem hoje mais de 24 mil sócios ativos em seu programa; capacidade da Vila é de 16 mil (Crédito: Diário do Peixe)

No segundo semestre de 2017, os bastidores da Vila Belmiro ferviam com as eleições presidenciais marcadas para o final do ano. Naquela época, José Carlos Peres falava em reforma da Vila Belmiro, novo CT para o clube e projeto de 100 mil sócios como seus principais pontos caso eleito.

Próximo de uma nova eleição, nenhuma das promessas de Peres, eleito para o triênio 2018/2019/2020, foram cumpridas. E na noite da última segunda-feira, em live do Blog Soul Santista, Marcelo Frazão, executivo responsável pelas áreas de marketing e comunicação do Peixe, falou sobre o programa sócio-torcedor do clube.

“A grande questão não é quantitativa, se tem 25, 30 ou 40 mil, um dever de casa que era profissionalizar, tornar operacional. Não tinha sequer uma plataforma segura de pagamento. Eram boletos que causavam inadimplência. O valor é contábil, não de caixa, tinham três categorias sem diferenciação. Uma categoria fora do estatuto, que era o TOP, pessoas falecidas, sem CPF. Nós atacamos todos esses pontos, plataforma segura de cartão de crédito, boleto com pagamento antecipado, assim o clube tem uma receita mais precisa. Você antes financiava, o sócio ia no jogo e pagava depois. Colocamos diferenciações entre as categorias. Sistema de pontuação, experiências…. uma série de coisas, que antes de falar como vou crescer, tinha que fazer o dever de casa. Antes de prometer, é preciso criar uma maneira. E agora estamos conseguindo manter o mesmo número de sócios com a pandemia, algo raro no mercado”, disse Frazão, que começou a trabalhar no clube em abril de 2018.

Com quase 24.300 sócios no momento, o Santos nos últimos três meses trabalhou para “limpar” seu programa, tirando cadastros de CPFs inválidos, sócios inadimplentes e sócios que já tinham falecido. O clube também lançou em abril planos com descontos.

Frazão explica que o Peixe agora está pronto para crescer seu programa. Ele não coloca uma meta, mas falo sobre os diferenciais e benefícios do programa Sócio Rei.

“O que faz o torcedor virar sócio é a vontade de contribuir e a confiança no clube, caso do Bahia. A torcida comprou a ideia lá atrás da mudança de postura. Outro aspecto é a torcida se mobilizar para ajudar o clube, caso do Vasco no ano passado. Ou ter como um serviço diferente, como as arenas proporcionam. O torcedor não tem hoje uma arena moderna, e não por acaso os clubes que tiveram um boom de sócios são clubes que tiveram uma arena, uma condição melhor ao torcedor. O Santos tem um dos produtos para sócios dos mais atrativos, com descontos, parceiros relevantes. O crescimento é muito mais consequência. Existe potencial de crescimento, mas para isso precisamos dar oportunidade”, comentou o dirigente, que também falou sobre a promessa de Peres de implementar no clube o voto à distância.

“A razão para o voto para o torcedor é uma diferenciação que o Santos tem. Só ele, Bahia e Internacional permitem o voto do sócio assim e isso tem que ser valorizado. Clube democrático é o Santos, e isso vale muito. Seria ótimo uma auditoria que daria para fazer o voto a distância, mas antes de prometer é preciso criar uma maneira. O voto à distância dá valor a associação, mas eu não acredito que isso vá fazer o número de sócios explodir. É sem dúvida mais um valor, mas a maioria quer desconto no ingresso, quer vantagens”.