Peres ainda negocia o corte nos salários (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

O final do mês do junho está chegando e, com isso, se aproxima mais um pagamento do elenco do Santos. Como os treinamentos seguem suspensos, o clube deve pagar os vencimentos dos atletas com desconto, pelo terceiro mês seguido e o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, Rinaldo Martorelli expressou sua preocupação com situação do Peixe.

“Com relação aos três meses de salários reduzidos, a lei diz que o atleta pode pedir a rescisão, caso o contrato não seja pago em sua totalidade ou em partes. O Santos pode ter problemas sim. O prejuízo pode ser ficar sem os atletas”, explicou Martorelli, em conversa com o DIÁRIO DO PEIXE.

A reportagem também procurou o Dr. Rafael Cobra, sócio da Cobra & Gazolla Advocacia Desportiva e presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB Santos. O advogado explicou que a situação é delicada para o Santos, mas que os casos serão analisados de forma diferente por conta da Pandemia.

“A Lei Pelé é clara. O clube que tiver atraso com o salário, ou direito de imagem, em período igual ou superior a três meses, poderá ter o contrato do atleta rescindindo e o atleta ainda receber a multa. O artigo fala que o atraso pode ser no todo, ou em parte. Por teoria, se o Santos completar o terceiro mês com essa redução, se enquadraria no artigo 31 da Lei Pelé. A ressalva que a gente tem feito nesse momento excepcional de pandemia, é que será analisado caso a caso. O juiz que receber uma demanda dessa vai analisar se a redução foi justificada”.

Um acordo entre o Santos e os atletas ainda é possível para o próximo pagamento e isso impediria possíveis implicações jurídicas. Nos últimos dois meses, o Peixe pagou os salários com desconto de 70%, sendo que a ideia do clube é reembolsar 35% depois do retorno do futebol.