Em uma das suas palestras no Brasil, Ferran Soriano, hoje CEO do City Group e autor do livro “A bola não entra por acaso”, explicou um pouco da visão do seu grupo ao assumir o Barcelona em 2003. O clube não ganhava um título havia 4 anos, tinha um prejuízo anual de 73 milhões de euros e uma dívida acumulada de 186 milhões de euros.
O cenário lembra um pouco o Santos no início da gestão de José Carlos Peres. Sem títulos, com dívida alta e prejuízo financeiro no ano anterior. Ferran Soriano apresentou os dois modelos estudados pelo Barcelona, um chamado de Evolução e outro de Círculo Virtuoso.
O primeiro cenário pedia uma drástica redução de despesas e um investimento moderado por dois ou três anos mesmo apresentando um grande risco esportivo. O segundo previa um forte investimento no time, uma redução de despesas rápida e uma aceleração do plano de negócios. Era o plano mais arriscado do ponto financeiro, mas foi o escolhido pelo Barcelona.
Depois de quase três meses da gestão de José Carlos Peres, podemos afirmar com certeza que ele não escolheu o mesmo caminho do clube catalão. O presidente destacou em reunião do Conselho que já economizou R$ 29 milhões com cortes de pessoal e só contratou três jogadores para o time profissional (Sasha, Dodô e Gabigol).
O risco esportivo ficou claro. O Santos se classificou para as semifinais campanha após suar para bater o Botafogo nos pênaltis e, apesar da boa atuação diante do Palmeiras, não conseguiu passar confiança para os torcedores para a sequência da temporada. Quanto ao plano de negócios, só agora, após três meses, o clube contratou um profissional para tocar uma área tão vital para o futuro.
O Barcelona contratou Ronaldinho Gaúcho em 2003, duplicou suas receitas nas primeiras temporadas, voltou a ganhar títulos e hoje é um dos clubes mais valiosos do mundo. O círculo virtuoso mostrou-se o melhor caminho.
O Santos liberou Ricardo Oliveira no ano passado e passou o Paulistão todo sofrendo sem uma camisa 9. Perdeu Lucas Lima e não conseguiu contratar um camisa 10 para organizar o time. Chegou no jogo decisivo do primeiro semestre com dois volantes e quatro atacantes no time titular.
Ah, o Santos não tem dinheiro.
O Barcelona também não tinha.
Sem essa de que são realidades diferentes. As marcas são enormes e o mercado proporcionalmente é o mesmo. A questão maior é atitude, é a tomada de decisão.
Como o DIÁRIO mostrou, o Santos deixou de ganhar no mínimo R$ 2 milhões com a eliminação na semifinal. Poderia ter ganho até R$ 6 milhões a mais com o título, sem contar a exposição.
É o círculo virtuoso.
Ou alguém acredita que o Santos lotará o Pacaembu diante do Ceará na estreia do Brasileirão com o time atual depois da eliminação no Paulista?
Mas se fosse o primeiro jogo após o título estadual….
Pedir aos dirigentes brasileiro que tenham visão de gestão é impossível, a grande maioria pensa como a maioria dos brasileiros tudo tem um jeitinho, o outro paga e assim vai indo empurrando tudo com a barriga
Mas interessante que a história completa, reproduzida apenas em parte aqui, é que foi estudado antes os fatores de sucesso e o que atraia o seu publico consumidor. Só depois a decisão de investir em um craque, aquele que o dinheiro permitia comprar a época, foi tomada. Não saíram fazendo do nada mais dívidas apenas pra justificar o possíveis insucessos em campos do passado.
O Santos é muito grande, mas trata-ae se clube que não obtém patrocínio, tem receitas pequenas de tv compararadas às de ao menos dois clubes, e diferente de 2003 vivemos uma crise econômica no país e no mundo. Cobrar a mesma solução que deu certo com o Barcelona parece coisa de quem quer iludir os santistas.
Pra deixar claro sou contra planos de austeridade, mas é preciso olhar a cena toda.
Desculpa mas a lógica da colocação acima é falaciosa.
Compara alhos com bugalhos.
Em 2003 o Barcelona tinha um estádio com capacidade pra lá de 95000 pagantes.
O Santos tem um estádio para quantos?
Além do mais o poder aquisitivo do europeu é um pouquinho maior que o do brasileiro.
Pessoalmente acredito que investimentos cuidadosos dão retorno em termos de arrecadação, mas se for jogar pra 15000 pessoas, então o risco financeiro e significativamente maior que quem vai jogar pra mais de 90000.
Investimentos bem feitos tem retornos, mas os investimentos de uns, serão necessariamente diferente de investimentos de outros…
quantos messis, xavis e iniestas temos na nossa base? o mercado é outro, a situação é bem diferente, escolher esse caminho mais arriscado, na nossa situação provavelmente nos levará a tragédia financeira.
poderiamos ter dois de cada … teriamos de vender para continuar jogando na vila belmiro para agradar a meia duzia de parasitas que insistem em infestar o Santos.
a ultima deles foi o jogo contra o estudiantes , a coisa toda é um “ciclo” como está descrito no texto.
e os competentes ajudam a sorte, Rodrygo, que é melhor do que eram Neymar e Robinho, caiu no colo do Peres, vamos ver o que ele vai fazer com essa “sorte”.