Da Redação
O técnico da equipe feminina do Santos, Caio Couto, está feliz com os resultados obtidos em 2017, mas quer mais no próximo ano. Ele revela que o planejamento das Sereias da Vila tem como meta disputar o título de todas as competições que participar em 2018 – Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores e, talvez, a Copa do Brasil, caso sua realização seja confirmada pela CBF.
“Queremos vencer todos, mas em especial o Paulista, em que batemos na trave nos últimos dois anos, e a Libertadores, que seria a cereja do bolo”, diz Caio Couto.
Caio Couto sonha com a Libertadores em 2018
Crédito: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC
Desde 2015 à frente das Sereias, Couto afirma que “este foi um ano bom, apesar da derrota no Paulista. O time mostrou um futebol consistente, com o DNA ofensivo do Santos. O grupo está mais maduro, mais entrosado e os resultados aparecem”, diz o treinador. O Peixe foi campeão brasileiro de 2017, batendo na final o Corinthians, e vice-campeão paulista, vencido pelo Rio Preto. Durante o ano, em 44 partidas disputadas, o Santos conseguiu 35 vitórias, 4 empates e 5 derrotas, aproveitamento de 82,6%.
Sereias conquistaram o Brasileirão em 2017
Crédito: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC
“Quando cheguei ao Santos, tínhamos dois grandes desafios: o primeiro era superar a natural comparação do time atual com o da fase anterior, que tinha Marta, Cristiane e tantas craques; e, o segundo era tornar o clube uma referência no futebol feminino no Brasil. Acredito que alcançamos ambos os objetivos”, afirma Caio Couto.
A estrutura do futebol feminino do Santos atrai hoje interessados de todo o Brasil, que visitam a Baixada Santista e buscam estágio no Peixe. “O Santos foi o primeiro a contratar atletas com carteira assinada, além de oferecer alojamento confortável, boa estrutura de treinamento, equipe multidisciplinar trabalhando com o futebol feminino”, lista o treinador.
Segundo Couto, diferentemente da primeira fase, entre 2009 e 2011, quando o Santos tinha a base da seleção brasileira e foi hegemônico durante alguns anos, hoje há um maior equilíbrio e os jogos costumam ser decididos nos detalhes.
Couto vê como ameaça ao seu trabalho no próximo ano a possível saída de algumas das principais jogadoras. “Os bons resultados atraem a atenção e várias jogadoras estão recebendo propostas do Brasil e do exterior”, revela o treinador. Sole Jaimes, Maurine, Katiuscia e Brena estão entre as atletas com propostas e podem deixar o clube.
Carioca, Caio Couto teve a carreira de jogador profissional interrompida aos 24 anos, após sofrer uma grave contusão na tíbia e na fíbula, que o afastou dos campos por vários meses. Ele ainda tentou voltar, mas sentiu que não teria condições de continuar jogando em alto nível.
Disposto a continuar trabalhando no futebol, ele concluiu a faculdade de Educação Física na Universidade da Cidade e fez uma série de cursos focados na direção de times e na gestão, incluindo um MBA em Gestão Esportiva na FGV – Fundação Getúlio Vargas. Como jogador, atuou no Flamengo (sub-17), Botafogo (sub-20), Fluminense, onde se profissionalizou, e teve passagens por Desportiva-ES e Anapolina-GO.
Couto iniciou a carreira de treinador em 2000 no América-RJ, onde dirigiu as equipes sub-15 e sub-17, sendo promovido a auxiliar-técnico da equipe profissional. Saiu de lá para o Tigres, onde ele ajudou a montar as categorias de base, primeiro à frente do time sub-20 e posteriormente como supervisor.
Foi então para o Botafogo, onde trabalhou três anos, primeiro como supervisor da base e depois como técnico da equipe sub-13. De lá se transferiu para o Fluminense, onde trabalhou por 5 anos no CT de Xerém com as equipes do sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20.
Em 2011, na mesma época em que trabalhava no Fluminense, foi convidado pela CBF para dirigir a seleção feminina sub-20, dentro do projeto de estruturar um trabalho de formação de jogadoras.
“Apesar da evolução dos últimos anos, o futebol feminino ainda engatinha no que diz respeito ao trabalho nas categorias de base”, diz Couto. Para ele, o futuro do futebol feminino no Brasil está no trabalho na base, na formação de atletas. “Até agora, o futebol feminino depende muito de atletas de talento nato, mas com sérias falhas na formação. Precisamos mudar isso, para poder competir com as grandes seleções do mundo.”
Caio Couto deixou o Fluminense em 2012 e no ano seguinte assumiu o time masculino profissional do Vitória-PE, que disputou o Campeonato Pernambucano. Em seguida, voltou ao Rio e dirigiu o time masculino do Bonsucesso no Campeonato Carioca de 2015.
Logo depois, em abril de 2015, Couto assumiu as Sereias da Vila, a convite do presidente Modesto Roma, que lhe disse que estava remontando o time de futebol feminino do Santos.
“Foi um grande desafio porque tivemos de montar uma equipe às vésperas do Campeonato Paulista. Apesar disso, fizemos boa campanha e chegamos à semifinal”, conta. Em 2016, as Sereias da Vila foram à final do Campeonato Paulista, mas perderam para o Rio Preto.
Deixar um comentário