É incrível como em todo fim de temporada o mesmo nome vem à tona na Vila Belmiro: Robson de Souza, o Robinho. Um nome que divide opiniões, de um lado aqueles que dizem que devemos ser eternamente gratos ao Rei das Pedaladas, e do outro os céticos que desde Léo não acreditam mais em amor à camisa.

Mas, como de costume, esse lindo romance não terminou bem, e o Santos parece realmente gostar de sofrer em relacionamentos… A história sempre se repete. O clube alvinegro oferece demais, sonha demais, cria expectativas demais… Até descobrir que seu parceiro já está em outra. Foi exatamente assim com todas as últimas grandes estrelas do time: Robinho, Diego, Ganso, Neymar e, agora, Lucas Lima.

Então eu te pergunto: por que será que o Santos não consegue terminar relacionamentos de forma amigável? Por que será que o jogador que é ídolo sempre se torna vilão e ingrato? E pior: as negociações nunca são transparentes, até que em algum momento, um ano depois, o Santos tira a imagem dele de alguma parede da Vila Belmiro e não se fala mais nisso.

Será que realmente desejamos o Robinho ou simplesmente estamos carentes de craques? Sabe aquela pessoa que sempre leva fora de parceiros que não valem nada, mas está tão desesperada que qualquer um que aparece na sua frente ela acha que é o príncipe encantado? Pois bem… Porque se eu fosse um clube e o empresário me mostrasse um jogador de 33 anos, atacante, apenas sete gols marcados no Brasileirão, ganhando um salário milionário, e o oferecesse como o artilheiro para 2018 eu só poderia achar que ele estaria brincando.

Para que fique bem claro: eu não acho que o Robinho seja qualquer um, e muito menos estou desmerecendo o que ele fez pelo Santos, eu mesma me encantei com o futebol ao vê-lo jogar. Minha única preocupação é se não estamos querendo resolver a perda do DNA ofensivo e do futebol bonito, além da falta de jogadores que têm garra e honram a camisa, apenas com um nome.

Se for para ter Robinho, que ele se encaixe em nossas condições financeiras atuais, que seja feito um contrato claro que atenda às duas partes, não só à do jogador. Que desta vez o torcedor possa confiar que não vamos jogar dinheiro fora. Não deem expectativas falsas e sonhos inalcançáveis, que Robinho – caso venha – não chegue como O reforço para 2018, mas como MAIS UMA boa contribuição para a campanha do ano que vem.

Talvez tenhamos de esperar menos para sermos surpreendidos positivamente, estamos desvalorizando a palavra ídolo ao oferecê-la gratuitamente a alguns dos nomes citados acima. Somos torcedores apaixonados, pensamos com o coração, porém talvez esteja na hora de sermos os racionais da relação, esperar que façam por merecer para aí, sim, criarmos novas idolatrias.