Presidente José Carlos Peres foi criticado e vaiado durante a reunião do Conselho Deliberativo (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

O presidente José Carlos Peres participou, na noite desta quinta-feira, de uma reunião do Conselho Deliberativo do Santos para prestar explicações quanto às inconformidades apontadas pelo parecer do Conselho Fiscal sobre o balanço do primeiro trimestre de 2018. O mandatário santista respondeu às perguntas dos conselheiros inscritos e chegou a ser vaiado em algumas oportunidades.

Entre as questões levantadas estiveram o pagamento, sem aparente justificativa, de comissão de intermediação para a renovação de contrato dos jogadores Yuri, Diogo Vitor e Victor Ferraz e a contratação dos atletas Eduardo Sasha e Dodô. A aquisição do zagueiro equatoriano Jackson Porozo também foi questionada, já que, também sem aparente explicação, 30% da negociação foi repassada a uma empresa chamada “Hi Talent”, que tem como antigo dono o gerente da base do Peixe, Ricardo Crivelli, o Lica.

Apesar de redução na folha salarial de R$ 600 mil mensais entre novembro de 2017 e março de 2018, o parecer do Conselho Fiscal ainda prevê um déficit de R$ 129 milhões ao fim do ano. Segundo o documento, a diminuição de custos de administração foi de 11%, mas precisa ser de 30% para que o Peixe não feche o ano no vermelho.

“Houve cortes no futebol, tivemos cortes de autônomos, quadro fixo e CLT. Contratamos uma empresa que realizou um trabalho de três meses indo de departamento em departamento e fazendo o organograma. Eles entregaram um relatório no final do mês passado, já prevendo uma redução. Tem de ter cuidado para não ser injusto. Atrás de cada demissão tem uma família”, disse o presidente durante a reunião.

Esta foi a primeira apresentação de contas do mandato de Peres. A cada três meses, o procedimento se repetirá. Segundo Fábio Gaia, o Comitê de Gestão, do qual ele faz parte, já estudou o parecer do Conselho Fiscal e pretende corrigir todos os itens.

“Se fosse a 12ª prestação de contas eu estaria preocupado, pois não admitiria situações de descasamento de contrato e coisas assim. O CG não tolera também esse tipo de situação e estamos trabalhando duro para que tudo o que foi colocado pelo Conselho Fiscal seja respondido. Está sendo feito um trabalho extremamente sério junto ao departamento jurídico para que possamos entregar um clube muito mais estruturado. Algumas coisas foram erradas, mas não foi dolo contra o clube”, afirmou Gaia.