A eleição do Santos Futebol Clube apontou no último sábado seu novo presidente, José Carlos Peres, que com 32% dos votos ganhou o direito de assumir a gestão do clube no dia 2 de janeiro de 2018. Se o ainda presidente Modesto Roma Júnior concordar, nesta segunda-feira Peres e seu vice, Orlando Rollo, já podem começar os trabalhos.
É muito fácil ganhar os eleitores com promessas inalcançáveis e sonhos impossíveis, palavras bonitas encantam a todos, qualquer candidato consegue decorar um texto e dizê-lo publicamente. Por isso vamos aqui elencar as maiores benfeitorias que o novo gestor se comprometeu a executar, para que daqui a três anos possamos olhar para trás e ter argumentos para uma reeleição, ou para a procura de uma nova administração.
Vamos voltar um pouco no tempo, mais exatamente até a eleição de 2014. Peres e Rollo ainda eram candidatos de chapas diferentes e brigavam por votos em um debate ocorrido em dezembro daquele ano – Peres foi o segundo colocado naquela votação, e Rollo foi o quarto. No debate, Peres se dizia o mais preparado para ser presidente, baseado nos seguintes feitos: a criação do G-4 Aliança Paulista, o desenvolvimento da sub-sede em São Paulo, gratuitamente instalada em sua casa, e seu trabalho na gestão de Marcelo Teixeira. Só para constar, em 2014 ele disse a seguinte frase: “A reeleição é um mal que ocasiona outro males. Se eu for eleito, não vou me candidatar novamente”.
De acordo com seu discurso, o torcedor santista de São Paulo pode ficar satisfeito. Peres entende que a marca Santos crescerá com um escritório e um novo departamento comercial na capital paulista. Aliás, o novo presidente não quer mais saber de santistas de Santos e santistas de São Paulo, conforme já indicava o nome de sua chapa, “Somos todos Santos”, e por isso o mando de campo será dividido igualmente no próximo ano.
Nessa última eleição, o novo presidente destacou muito uma palavra: união. Se todos estão do mesmo lado, para que ficarmos um contra o outro? A Chapa 1 já era uma união de três grupos, os de José Carlos Peres, Orlando Rollo e Odir Cunha. Além disso, Peres quer aproveitar o melhor de cada frente, distribuindo convites para os mais capacitados nomes de cada grupo.
A primeira entrevista coletiva foi uma conversa formal com tom de alívio e de novas esperanças. Muito pouco se pode prometer, pois falta conhecimento da real situação do clube, mas algo ele afirmou: o novo técnico resgatará o DNA ofensivo do clube e terá boa relação com as divisões de base – que devem ter a cultura de revelar jogadores, e não apenas ganhar títulos. Ao ser perguntado sobre a relação com Neymar, Peres destacou que nenhum ídolo será mal tratado e que todos sempre terão portas abertas. Ou seja, Robinho…
Odir Cunha afirma que o Santos tem dívida de R$ 460 milhões, o que assusta um pouco o torcedor, porém a nova gestão promete transparência total por meio de um portal de prestação de contas com uma auditoria dos últimos cinco anos.
Bom, como eu disse no início do texto, são muitas palavras bonitas, mas pelo menos agora a maioria delas está eternizada neste texto. Eu espero no fim de 2020 poder ler tudo isso como se fosse uma lista de compras e apenas dar check nos itens alcançados.
José Carlos Peres, o Santos precisa de cuidados, neste momento realmente somos todos Santos, milhões de santistas apostando em você. Potencial eu sei que temos, agora precisamos de um bom gestor para administrar o clube. Boa sorte.
Muito bom Isabel!!! Texto esclarecedor!!!
Confesso que estou esperançoso com a nova diretoria, pois sempre me identifiquei com as ideias do Peres. Porém, concordo com a Isabel. Teoria é uma coisa, pratica é outra.
Isabel,
Eu votei no Rueda, mas espero que o Peres me surpreenda positivamente.
Espero que o Santos não seja um “cabidão de empregos”, servindo de meio para fazer o pezinho de meia de senhores que até então vendiam o almoço para comprar o jantar.