Imaginamos que muitos de vocês devem ter visto o filme, lido o livro ou ao menos conhecido a história de Moneyball, sobre a trajetória do Oakland A`s na Liga de Beisebol dos Estados Unidos. Os A`s tem um dos menores orçamentos da Liga e o seu gerente geral, Billy Beane, usou uma abordagem diferente (através de matemática) para tomar as decisões no time e atingiu um certo sucesso.
“Nós somos o último cachorro a comer. Sabem o que acontecem com os últimos: eles morrem”, explicou Brad Pitt, o Billy Beane nas telas do cinema (mais ou menos dessa forma).
O Santos, hoje, tem um orçamento muito menor que os rivais. Segundo dados da BDO, o faturamento do Peixe em 2017 foi R$ 287 milhões, o oitavo maior entre os clubes do Brasil. No Estado de São Paulo, o Palmeiras faturou R$ 503 milhões, o São Paulo R$ 482 mi e o Corinthians R$ 391 mi. Entre os grandes, o Santos é o “último a comer”.
Além de tentar de todas as formas aumentar as receitas (e isso é possível com exploração melhor da marca, melhoria no programa de sócio e na venda de ingressos), o Santos precisa pensar diferente dos outros.
Empiricamente, a “diferença” do clube foi sempre a aposta na base. Mesmo sem o maior investimento e a melhor estrutura, o Santos sempre deu mais espaço para os pratas-da-casa no time profissional em relação aos rivais. A torcida aprova o espaço para os Meninos da Vila, o que facilita a decisão da direção.
A contratação de Jorge Sampaoli é uma decisão “diferente”. Não porque é um treinador estrangeiro, não porque ele foi técnico da Seleção Argentina na Copa, mas porque seu perfil é de ser um treinador diferente dos outros. Aqui nem estamos analisando se é melhor ou pior, mas Sampaoli tem o perfil que o Santos precisa neste momento.
Só a exposição de mídia que o clube teve nos últimos dias já justifica o acerto, mesmo que ele tenha demorado e acontecido meio de forma aleatória (o clube buscou outros treinadores antes, como Abel e Muricy).
O presidente José Carlos Peres acertou na decisão. Que ele dê tempo ao treinador agora para mostrar trabalho e tenha como hábito pensar de forma diferente dos outros dirigentes.
O Santos não pode seguir no “mais do mesmo”.
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