Terça-feira foi um dia muito especial na minha vida, talvez um dos dias mais importantes da minha carreira. Bom, para quem não viu, em parceira com a Embaixada do Peixe o Diário do Peixe e o Quintal do Espeto realizaram um evento para os santistas assistirem juntos ao jogo da libertadores contra o Independiente, acompanhados de grandes craques alvinegros. Nomes como Dema, Manoel Maria e o grande Pepe.

Eu vi de perto o brilho no olhar do Manoel Maria falando do Santos… Cativante. Até hoje, tantos anos depois, ele tem um carinho enorme pelo time, eu senti na pele o famoso “orgulho que nem todos podem ter”. Ele me contou que veio do Pará e que o que ele queria era vestir a blusa de um grande time do seu Estado, nunca imaginaria jogar no melhor time do mundo… Era como viver em um sonho.

Ver o Dema falando sobre garra, sobre jogar com vontade e sobre como se portar em um jogo da grandeza do que enfrentaríamos na terça me deu vontade de calçar a chuteira e entrar em campo naquela noite. E sobre o Pepe… As palavras fugiam da minha mente, é uma pessoa tão boa que passa aquele sentimento de conforto. Eu estava entrevistando do rei da “técnica e disciplina” e esqueci até meu nome.

Depois de conversar com eles eu senti a sensação de torcer para o maior time da Terra, como eu sempre cantei nos estádios…. Assisti ao jogo maravilhada com o que tinha passado e o time ainda respondeu bem em campo.

Minha ideia era fazer o texto acabar aqui, falando sobre a minha emoção e sobre a minha vontade de continuar investindo meu tempo e meu coração nessa equipe, mas aí veio a quarta-feira. Uma mistura de desorganização, falta de comprometimento, ética e responsabilidade. Como pode terem deixado o caso Sánchez acontecer? Eu senti uma paulada nas costas. Eu vi o brilho no olhar de quem já jogou no gramado da Vila, eu lembrei do Dema se emocionando ao falar dos seus tempos áureos… Para depois lembrar que a realidade é uma bagunça sem tamanho.

Eu vou ao Pacaembu na semana que vem, meu ingresso está comprado e eu não perdi as esperanças. Mas entrar com 0 x 3 é um tremendo desrespeito aos que saíram da Argentina com o empate, aos torcedores e a todos que já vestiram essa camisa… Eu me sinto injustiçada, enganada e muito triste.

Não paro de sentir falta da felicidade e do orgulho de terça feira.