Que pena que o Santos não ganhou nada neste ano…
Esse será um pensamento normal para o torcedor santista ao fim de 2018, pois de fato não levantamos nenhuma taça neste ano, e tampouco chegamos perto desse feito. Nossa maior emoção na temporada acabou já tem dois meses e, desde então, apenas torcemos por bons jogos, e torcemos mais ainda contra os outros times à nossa volta na classificação do Campeonato Brasileiro e por um final feliz: a conquista de um sofrido lugar no G-6.
Porém, acredito que estamos olhando para a direção errada, lá na Vila Belmiro mesmo vivemos um 2018 gigante. Esse mesmo clube, o mesmo escudo e a mesma bandeira, mas com outro elenco.
Na última quinta-feira (1º de novembro), o Santos anunciou uma parceria com o Projeto Meninas em Campo, do Colégio Santa Cruz, com o objetivo de incentivar o futebol feminino e o surgimento de futuras Sereias da Vila. Nenhum outro grande clube paulista teve esse tipo de iniciativa, nem investiu em categorias de base femininas. A base masculina do Santos sempre foi nossa referência e nosso orgulho, é um dever do clube dar essa mesma oportunidade às meninas.
Hoje temos um dos melhores times femininos do país, treinado por uma ex-técnica da Seleção Brasileira, Emily Lima, que em sua apresentação disse que possuímos a melhor infraestrutura do Brasil.
Em 2018, por exemplo, goleamos a Portuguesa por um placar simbólico de 10 a 0 no Campeonato Paulista, torneio no qual levantamos o troféu e nos tornamos os maiores campeões estaduais da história, com quatro títulos. Tá pouco? A taça foi ganha em cima do maior rival, o Corinthians, e com o primeiro jogo da decisão tendo marcado o maior público da Vila Belmiro em 2018 – quase 14 mil torcedores viram de perto o talento das nossas meninas.
No Brasileiro, terminamos a primeira fase com 37 pontos (12 vitórias, uma derrota e um empate), dez a mais do que o segundo colocado, Flamengo. Além disso, o time de craques do Campeonato Paulista contou com três santistas, Tayla, Rosana e Brena. O que as Sereias evoluíram em 2018 foi algo incrível, fruto de puro esforço e merecimento. O ano está quase no fim, mas ainda promete uma busca emocionante pelo nosso terceiro título da Libertadores, neste mês.
Sim, é fato que o time masculino não ganhou nada, podemos até chamar este ano de “morno”, mas o Santos Futebol Clube é muito maior do que isso e as Sereias fizeram com que 2018 fique na história.
O texto está bom,sim, porém tem um viés que não foi explorado e que permite ao torcedor ter uma visão distorcida do Santos F.C.
O Santos é uma instituição centenária que atua em diversas modalidades esportivas e que alinhou em suas fileiras o maior jogador de futebol de todos os tempos, considerado o Atleta do Século, além dos maiores craques do futebol brasileiro e mundial. O Santos estabeleceu recordes ainda hoje não superados no rol de estatísticas esportivas e fora das “quatro linhas”, e teve no futebol masculino seu carro chefe em termos de marcas históricas e exposição midiática. Reconhecidamente possui uma das bases mais fortes do Brasil, que revelou e ainda revela os maiores craques do nosso futebol (de onde veio o atual camisa 10 da Seleção Brasileira?) que ganharam o carinhoso apelido de Meninos da Vila, devido à sua origem santista (ou santástica).
O Santos F.C. teve em sua equipe de futsal nada menos do que o maior artilheiro do Brasil, o cracaço Falcão. Possui uma equipe de futebol americano, a Santos Tsunami e até uma equipe de e-sport.
Mas, não podemos deixar de lembrar que, também no futebol feminino, contou com a recordista em prêmios de melhor atleta do mundo de futebol feminino, a nossa ex camisa 10 e expoente da seleção feminina de futebol, a nossa querida Marta.
Bi-campeão das Américas, não é de hoje que o futebol feminino representa e muito a instituição Santos F.C.
Então, quando uma equipe de base, de futebol feminino ou de e-sport conquista um troféu ou é destaque em alguma competição, é a instituição Santos Futebol Clube que está ali representada e nós como torcedores é quem colhemos a satisfação de ver o nosso Santos campeão.
É necessário cultivar essa visual multilateral e abrangente da marca Santos F.C. e não compartimentá-la e permanecer na angústia da não realização do futebol masculino.
Isso, apesar de termos o artilheiro máximo do atual campeonato brasileiro, o Gabigol, e mais um Menino da Vila, o Rodrygo, que nos representará na próxima temporada na Europa, numa das maiores equipes do futebol mundial, o Real Madrid, da Espanha.
Não é pouco! Por isso não se deve passar uma visão limitada ao torcedor de que “pouco ou nada conquistamos este ano no futebol masculino e que o futebol feminino livrou a nossa cara”, como em algum momento o texto parece fazer supor.
Quando algum atleta envergando o Manto Sagrado do Santos F.C. erguer um troféu em algum lugar do planeta, seja em que modalidade for, o Santos estará representado e quem estará ganhando é a Nação Santista, como um todo, como um só corpo.
Por esta ótica, nós santistas, temos muito a comemorar neste ano que se finda.