Estamos caminhando para a reta final da temporada e tenho certeza que o maior avanço que fizemos esse ano foi a construção de um elenco completo – é claro que faltam algumas peças, mas essa sensação de “poderia ser melhor” sempre vai existir. Hoje o time do Santos não funciona mais a partir do toca para o Neymar/Gabriel/Rodrygo e espera o melhor, hoje o jogo é em torno da bola no gol e não de um talento individual.
O mais interessante é notar como alguns jogadores ditos como titulares irrefutáveis em 2018 se tornaram descartáveis e depois ressurgiram das cinzas prontos para se firmarem entre os 11. Eu acredito que esse movimento só aconteceu por conta da chegada de novos atletas, que sacudiram alguns jogadores acomodados e porque temos um técnico que coloca Rodrygo no banco contra o Palmeiras e Sanchez de reserva contra o Corinthians. Conclusão: ninguém tem cadeira cativa no time – e o Sampaoli, às vezes, é um pouco maluco.
Eduardo Sasha é nosso artilheiro do Brasileiro com 12 gols e o jogador que esteve mais minutos em campo em um total de 31 jogos. Essa frase exemplifica exatamente o meu ponto de discussão. Um jogador que era totalmente desprezado pelo técnico argentino no começo do ano, fazia com que torcida implorasse por um centroavante, fez a gestão investir milhões e trazer Uribe – atualmente esquenta o banco de forma brilhante, até Jean Lucas que foi embora em junho jogou por mais tempo que o colombiano.
Victor Ferraz, além do jogador a mais tempo no elenco, carregava a braçadeira de capitão indiscutivelmente até 2018… em 2019 viu Matheus Ribeiro, Lucas Veríssimo e até Evandro jogarem na sua função até a chegada e realização de boas partidas de Pará. A última atuação de Victor, seu melhor jogo esse ano, mostrou que tudo o que ele passou só o deixou com mais vontade de reconquistar seu posto.
Marinho chegou, ocupou a posição e logo depois como um míssil foi parar aleatoriamente no banco… a torcida pediu e a base voltou a aparecer nos gramados – Tailson ocupava seu lugar. O menino jogou por quatro jogos, decaiu um pouco e rapidamente Marinho teve uma segunda chance. Depois dessa sequência de quatro vitórias o atacante é a cara dos gols do Santos, o trio SMS está entrosado, é efetivo e está longe de ter sido predestinado.
Felipe Aguilar e Luan Peres chegaram para nos provar que a regularidade e segurança em campo já existiam na Vila Belmiro, elas estavam escondidas atrás de Gustavo Henrique e Lucas Veríssimo. Achamos a nossa dupla de zaga ideal e ela não figura entre as novas contratações.
Cristian Cueva… Pará, que acabou de chegar, já tem o triplo dos minutos jogados pelo peruano e atualmente nosso meio de campo é muitas vezes composto por um dos nomes mais questionáveis ano passado: Jean Mota.
O Santos está a uma vitória de garantir a vaga direta para a Libertadores e isso não aconteceria se os jogadores não tivessem saído de suas zonas de conforto, sem espaço para “estrelismo” ou protagonismo, a instabilidade do nosso comandante faz com que os jogadores lutem por suas posições a cada treino, a cada jogo.
Algumas contratações deram certo, outras não, mas elas forçaram o elenco a valorizar a camisa que representam e a darem seu máximo, o time esse ano pode sair sem títulos, mas sairá como um elenco formado e não como um time de alguns bons jogos que contava com a sorte e com a atuação de um só craque.
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