A menos de um mês da Copa América, vivemos o problema que já havíamos previsto no início do ano: gringos demais e, consequentemente, perdas no elenco. Está certo que a convocação do Rodrygo para a Seleção Sub-23 nos pegou um pouco de surpresa, mas ele é só mais um entre os seis nomes com os quais corremos o risco de não contar nos próximos jogos.
O presidente José Carlos Peres foi à CBF e voltou de mãos abanando. Ele pediu a antecipação do jogo contra o Atlético-MG e a liberação do nosso camisa 11 do Torneio de Toulon, agora esperamos pela boa vontade da instituição. Jogar na semana que vem contra o Atlético depende da mudança de cronograma de outros clubes, em outros torneios, acho pouco provável que a generosidade alheia prevaleça. Tudo poderia ter sido visto com antecedência e cautela, mas sabemos como as coisas acontecem no Santos, “é melhor prevenir do que remediar” não é o nosso lema.
Eu concordo que jogar sem essas peças será complicado, mas creio que o torneio continental pode trazer um lado positivo. Honestamente, Derlis ainda não apresentou um bom futebol no Campeonato Brasileiro, o jogador tem sido reserva e, quando é colocado como titular, não corresponde. A Copa América será uma ótima oportunidade para ele se destacar na sua seleção e voltar com outro ânimo para o resto da temporada. Cueva eu nem preciso dizer, está longe de valer R$ 1 milhão, quanto mais R$ 26 milhões. Quem sabe ele não resgata o seu futebol e até faz outro clube insensato e quebrado se interessar por uma negociação futura? Bryan está convocado para um amistoso contra o Peru, em preparação para a Copa Ouro. O jogador não entrou em campo em 2019 e apareceu nos treinos só nesta semana, está fora dos planos de Sampaoli e entra no mesmo caso do Cueva: torcemos para que outro clube veja nele o que o Peres enxergou.
Agora entramos na pior parte: Soteldinho, Aguilar e Sánchez. Para mim, o que fará mais falta será o Felipe, zagueiro titular, dono absoluto da posição, preciso e objetivo, ele faz com que o Gustavo Henrique jogue mais tranquilo e Vanderlei e Everson, mais seguros. Soteldo tem sido nossa arma – não mais tão secreta – , rápido e incansável, pode melhorar muito ainda nas finalizações, mas demonstra vontade, sem ele e sem Rodrygo perdemos toda a velocidade e a criação do ataque. Sánchez é um monstro, nosso motorzinho do meio de campo, mas infelizmente some em jogos grandes. Acredito que um meio de campo com Pituca, Jean Lucas e Jean Mota consegue fazer um bom trabalho, ou vale até mesmo dar uma chance para o Jobson, que até agora não estreou.
É obvio que eu preferia ter o elenco completo, mas quero ser positiva e pensar que essa parada pode melhorar o desempenho dos nossos atletas na sequência do ano, possibilitar algumas transações – perder um estrangeiro não faria nada mal, até mesmo com a possível chegada de Uribe – e, por fim, oferecer um tempo para o nosso comandante trabalhar o elenco e dar mais espaço aos meninos da base. A verdade é que tudo dependerá do nosso jogo contra o Atlético, será um desastre se o Santos não se classificar e tenho certeza de que nem uma Copa do Mundo motivaria os jogadores a competir só no Brasileiro até o fim do ano, algo que, para mim, seria outro vexame. Seria difícil até manter o Sampaoli em Santos.
Completo ou não, jogaremos o tudo ou nada de 2019 em junho. As desculpas para a falha já temos: datas, jogadores na Copa América, Rodrygo, centroavante… Falta agora encontrar as razões para a vitória e fazer acontecer.
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