Após vencer por goleada de 3 a 0 o Santos no sábado na Vila, Renato Gaúcho falou em nó tático em Sampaoli. Antes do jogo, o treinador do Grêmio já tinha dito que gostava do trabalho que o técnico santista vinha fazendo, mas que ele precisava de conquistas, pois futebol vive títulos e que ele tinha obrigação de brigar com o Peixe pelo Brasileirão, pois o clube só disputava essa competição.
A humilhante derrota de ontem trouxe uma triste realidade ao torcedor santista: o time está descendo a ladeira e o título, que muitos sonhavam, está cada vez mais distante. Seria então o fim do mito Sampaoli?
O treinador desembarcou na Vila Belmiro com status de ídolo. Em campo, o time mostrava algo diferente, mesmo quando era surpreendido, como foi para Ituano e Botafogo-SP, a torcida relevava. Vieram eliminações precoces na Sul-Americana, Paulistão e Copa do Brasil, todas em casa, mas a torcida aguentou. Mas a derrota para o Grêmio em casa, numa Vila cheia, foi a gota d’água.
Está escancarado: o time domina o adversário mas tem dificuldade em colocar a bola na rede. No segundo tempo, os jogadores quase que morrem fisicamente. E o pior, o mental do elenco tá mais do que derrotado.
Quando o Santos toma um gol o time parece nocauteado, mesmo quando antes tinha todo o domínio do jogo. O poder de reação é zero e, para piorar, aí chega Sampaoli errando a mão nas substituições. Nunca se sabe o que vem, mas pode ser só um zagueiro, lateral que vira meia, meia que vira ponta…só falta o goleiro que precisa trabalhar com os pés virar centroavante. O time da virada, que a torcida gritava, morreu esse ano.
Ninguém está na cabeça de Sampaoli para saber o que se passa lá dentro, mas ele fala que o que busca é atacar. Atacar está no DNA do Santos e a torcida gosta disso, trata-se do clube com mais gols no mundo, mas a torcida quer também um time competitivo, que brigue por títulos.
O revés para a equipe gaúcha na Vila não foi o fim da era Sampaoli no clube, e é preciso o torcedor entender que é necessário dar tempo para um trabalho ter bons frutos, mas a moral que o treinador gozava hoje já não existe mais. Mas ao mesmo tempo que o torcedor precisa ser mais compreensível, o treinador santista também precisa rever alguns de seus conceitos, a começar por parar de insistir com alguns atletas ou esquemas de jogo e também olhar mais para a base, onde realmente está o DNA do clube e que a torcida tanto apoia.
A grande parte da imprensa rasga elogios a Sampaoli, que os jogos do Santos são gostosos de ver. E de fato são! São partidas abertas, com emoção do começo ao fim, uma trocação como diria um narrador em uma luta de boxe, mas quem anda de tempos para cá saindo nocauteado é o Peixe…e seu torcedor, é claro!
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