*Por Paulo de Carvalho, especial para o DIÁRIO DO PEIXE!
Já imaginou o Templo Sagrado do Futebol que revelou Pelé, Robinho, Neymar e Rodrigo se tornando um centro de desenvolvimento de soluções inovadoras para ajudar a solucionar problemas do esporte?
Pois é, essa é uma tendência global e pode ser uma estratégia que trará inovação e rentabilidade financeira ao clube. Buscando novos conceitos, encontrei alguns clubes que já desenvolvem esse tipo de iniciativa ao redor do mundo.
Em 2017, participei junto com um seleto grupo organizado pelo Eduardo Tega – fundador do Football Tour Xperience (FTX) – do evento World Football Summit em Madrid, onde tive o primeiro contato com os clubes que estão desenvolvendo projetos junto com startups e liderando o processo de inovação no esporte. Lá conhecemos o GSIC (Global Sports Innovation Center) que é um braço da Microsoft que desenvolve soluções focadas para o esporte e é parceira oficial do Real Madrid.
Dois anos depois pude acompanhar, em outra missão realizada pelo FTX, alguns clubes franceses que não abrem mão de se posicionar na vanguarda da inovação, como o OGC Nice e O. Lyon. Por sinal, o país possui alguns polos de inovação que são referência no mundo todo, como Station F – em Paris – considerado o maior campus de startups do planeta; o Le Tremplin – também em Paris – que é o primeiro e maior hub de inovação 100% focado em esporte do mundo. Além disso, em Lyon, acontece um dos maiores festivais de inovação orientado à indústria esportiva, o Sport Unlimitech, que tivemos a oportunidade de prestigiar.
Essa estratégia passa por vários players do mercado do futebol francês, desde a Federação Francesa de Futebol aos clubes. Um exemplo é o caso do OGC Nice, que tem incubada dentro do seu estádio Allianz Riviera, a Startup My Coach Futebol, uma ferramenta de gestão interna que permite gerenciar e organizar todas as operações do dia a dia de um clube. Projetada para atender às necessidades de treinadores, a plataforma centraliza todas as informações pessoais, de treinamentos e jogos, e também é capaz de mostrar estatística individuais e coletivas para que os gestores tenham mais subsídios e informações concretas na hora de tomada de decisão. Essa plataforma já é usada por diversos clubes, inclusive de outros países e está pronta para vir ao Brasil.
O mercado brasileiro de startups cresce a cada ano. De acordo com o StartupBase, o Brasil conta com 10916 startups e 8932 empreendedores. Essas empresas estão dispostas em 536 cidades. O Censo StartSe 2017, com dados do ecossistema brasileiro de startups, aponta que 70% delas foram fundadas entre 2016 e 2017.
O crescimento é rápido, pois em 2018, o mercado brasileiro ganhou seus primeiros unicórnios (empresas com valor de mercado de 1 bilhão de dólares ou mais) ex: 99, Numbank, Ifood, Movile, Stones e PAg seguros. Em 2019 várias startups vem se destacando, uma delas PWTech, que tem como fundador Fernando Silva, que montou o time do Santos campeão da Libertadores de 2011.
Quem sabe um dia o Templo Sagrado do Futebol pode virar um ecossistema de rentabilidade, tecnologia e ganho esportivo revelando novos unicórnios???? Eu sonho e planejo esse momento.
* Paulo de Carvalho é executivo de futebol com passagens por Santos, Penapolense, Tubarão e Oeste. É sócio fundador da ABEX (Associação Brasileira dos Executivos de Futebol)
A VILA BELMIRO É O TÚMULO DO SANTOS FC!!!!!!