Sampaoli insiste em um esquema que não funciona (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

O técnico Jorge Sampaoli tem muitos méritos pela campanha do Santos no Campeonato Brasileiro. O treinador, desde que chegou ao Brasil, mostrou-se respeitoso com a história do clube, buscou sempre um jogo ofensivo, deu ao time uma intensidade há tempos não vista na Vila Belmiro e apresentou um repertório tático muito maior do que a da maioria dos técnicos brasileiros.

Há, no entanto, um ponto em que Sampaoli e os técnicos brasileiros se igualam: na teimosia.

Já está mais do que claro que o esquema com três zagueiros e sem um lateral-direito de ofício não funciona.

E não funciona por uma série de motivos.

Primeiro porque tiramos nosso melhor zagueiro do miolo da área. Lucas Veríssimo é obrigado a jogar do lado do campo e fica exposto na disputa com jogadores mais rápidos e com muito espaço para cobrir. Contra o Botafogo, ele até foi expulso. É um desperdício.

O problema se agrava pelo momento de Felipe Aguilar. Veríssimo certamente não deixaria o atacante do Athletico-PR virar como virou no lance do gol do time paranaense neste domingo. Se tivesse um cone na marcação, o jogador paranaense faria o mesmo movimento. Felipe Aguilar, que tem seu valor, apenas assistiu.

Além de não resolver o problema na defesa, o sistema não ajuda no ataque. O Santos fica com ação apenas pelo lado esquerdo. Não tem um jogador para chegar na linha de fundo pela direita e para ajudar o atacante que joga de lado. Por isso o rendimento de Derlis González já caiu. Ele fica isolado.

O Santos melhorou contra o Athletico-PR com a entrada do Pará.

Não precisa inventar.

Quer jogar com três zagueiros, ótimo. Sem problema algum, mas precisa ter alguém de ofício na direita.