O Santos decidiu demitir o técnico Jesualdo Ferreira na tarde desta quarta-feira e completou uma série histórica de erros com o treinador. O português deixou o clube após 15 jogos, com apenas seis vitórias, quatro empates e cinco derrotas. Eliminado pela Ponte Preta nas semifinais do Paulistão, mas líder do grupo na Copa Libertadores.
A série de erros do Peixe com Jesualdo Ferreira começou já na contratação. Depois de um dos melhores trabalhos de campo do futebol brasileiro em 2019 e do clube em muito tempo, a direção optou por apostar em um treinador que não trabalhava havia seis meses, que nos últimos anos tinha trabalhado em mercados periféricos no futebol (Egito e Qatar) e quem, após o sucesso no Porto no início do século, havia feito trabalhos médios ou ruins no Malaga, da Espanha, e no Panathinaikos, da Grécia.
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Em nenhum momento o Santos pensou em dar continuidade, ao menos em campo, ao trabalho feito por Jorge Sampaoli. Jesualdo Ferreira pode-se dizer era o oposto do treinador argentino em todos os ângulos.
A sequência de erros passou por entregar ao treinador um time bastante limitado, fruto de decisões erradas tomadas antes mesmo da sua contratação. O Santos vendeu Vanderlei, trocou Victor Ferraz por Madson, perdeu Gustavo Henrique, Jorge e pediu ao treinador para se virar com os Meninos a Vila. E ele obedeceu.
Jesualdo Ferreira também teve sua parcela de erros. O time raramente produziu algo de bom, de bonito na temporada. O esquema era um só: triangulações pelos lados e cruzamento para a área. O meio-campo do Santos praticamente inexistia. Não à toa, jogadores do setor, que foram destaques em 2019, caíram muito de rendimento ou sumiram, como os casos de Diego Pituca, Carlos Sánchez e Evandro.
O treinador também não conseguiu corrigir falhas graves do sistema defensivo, como a cobertura pelo lado esquerdo entre Felipe Jonatan e Luan Peres, e o posicionamento nas bolas paradas.
A série de erros do Santos terminou com a demissão nesta quarta. O clube já poderia ter demitido após a derrota diante do Ituano, quando parte do Comitê de Gestão já entendia que o trabalho não teria frutos. Poderia ter conversado com Jesualdo Ferreira após o clássico contra o São Paulo, na paralisação dos jogos. Ninguém sabia quanto tempo iria durar a quarentena. O Peixe poderia ser decente e acertar uma saída consensual, para que Jesualdo Ferreira pudesse enfrentar a pandemia em seus país, perto dos seus familiares.
Não foi o que aconteceu. O Peixe manteve Jesualdo aqui no Brasil, longe da família, sem poder viajar para se despedir da irmã, que faleceu durante a pandemia, e o demitiu apenas três jogos após a volta das competições.
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Para piorar, o Santos foi eliminado na quinta-feira, o treinador comandou o treino de sexta, comissão e jogadores tiveram folga no sábado e no domingo, Jesualdo Ferreira comandou os treinos de segunda e terça e foi para o CT para comandar o treino de quarta. Foi demitido pelo diretor William Thomas e o presidente José Carlos Peres sequer apareceu na reunião.
Estamos na quinta-feira e, há quatro dias da estreia no Brasileirão, o Santos não tem técnico e ninguém sabe quem vai comandar o time diante do Red Bull Bragantino, domingo, na Vila Belmiro.
É inacreditável.
Um clube da grandeza do Santos FC deveria ter mais consideração com o Jesualdo, afinal, o fraco desempenho da equipe não se deve totalmente ao seu trabalho. A forma como se deu a demissão é mais uma demonstração da falta de preparo do presidente.
Olá eu amo o cabeçalho do seu blog, é uma criação pessoal? Cariotta Francois Walford