Se antes o santista não tinha muita informação na hora de votar, esse ano o que ele mais tem são lives, debates, entrevistas e muito conteúdo sendo gerado a partir da temática das eleições. No final de semana do dia 29, aconteceu o primeiro debate presencial dos candidatos a futuro mandatário santista, no qual o protagonismo ficou mais para as assessorias dos políticos do que para as propostas efetivas.
A ideia do programa era interessante, porém a organização poderia ter sido melhor e isso gerou algumas alterações de humor e de tom de voz desnecessárias, ficou claro que não partia daqueles que estavam no palco, mas da platéia.
É nítido perceber que todos enxergam o Andres Rueda como o maior oponente, a torcida o coloca como favorito e seu investimento financeiro e competência ao lidar com o bloqueio na FIFA potencializou sua possível eleição. Logo na apresentação alguns preferiram se utilizar dos poucos segundos para atingir a ausência de Rueda, alegando que é algo rotineiro de sua pessoa e que ele pouco frequenta os jogos.
Rueda não estava presente por, segundo sua assessoria, se tratar de um debate presencial e ele pertencer ao grupo de risco, ele preferiu se isolar. Errado não está…
Devo confessar que o uso de máscara e a preocupação com a COVID não foram os pontos mais altos do encontro e a insistência em atingir quem não estava lá para se defender foi alta.
Daniel Curi e Rodrigo Marino foram os que mais atacaram o político da chapa 4. Um alegou que ele estava presente em um evento de marketing semana passada (invalidando seu motivo de não-comparecimento ao debate) e o outro questionou o momento em que ele emprestou o dinheiro do Santos, o porquê ele não ajudou o time com o Peres e esperou a gestão Rollo para oferecer a enorme quantia em dinheiro.
As duas chapas estavam envolvidas na polêmica da validação do voto online e deixaram claro durante a entrevista que são, sim, a favor da modernização. Porém, em entrevista ao podcast Alvinegras da Vila, Curi voltou a falar que não tem total confiança no cadastro de sócios: “não é só boato, foi apresentado documentos que realmente causam preocupação” e que a relação do possível “golpe” com o favorecimento das chapas de Santos não procede.
Ficou bem claro o ponto em que cada candidato vai atacar o seu oponente. Miltinho Teixeira é criticado o tempo inteiro pela falta de experiência política, é pouco ouvido pelos demais e até tratado de maneira irônica, Ricardo Agostinho é o mais comedido entre eles e 99% das vezes que apontam o dedo é sobre o seu vice e nunca sobre sua capacidade ou projetos. Fernando Silva não estava presente, pois, apresentava sintomas de COVID, seu nome não foi comentado em nenhum momento, apenas quando estimaram a sua melhora.
Por fim, o debate se tornou pouco construtivo para o torcedor que esperava decidir seu voto e até um pouco desrespeitoso com quem estava presente. O Santos precisa de uma administração séria e capacitada, muito se ouviu sobre “tenho uma equipe multidisciplinar” e pouco sobre projetos e grandes promessas. Esperamos que os próximos encontros dos gestores sejam mais proveitosos e de maior qualidade.
Nós merecemos isso.
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