Santos terá eleições em dezembro deste ano (Crédito: Divulgação)

Prezados,

As últimas três administrações do nosso glorioso Santos Futebol Clube fizeram o máximo possível para acabar com o clube. Com Odílio Rodrigues, Modesto Roma Jr. e José Carlos Peres, o Peixe afundou em dívidas, problemas dentro e fora de campo e ficou distante das glórias que esteve acostumado a celebrar (já são quatro anos sem títulos, maior jejum desde 2002).

O Santos Futebol Clube não vai resistir caso a próxima administração siga os modelos e práticas adotadas nos últimos anos. Por isso, aqui vai um pedido do DIÁRIO para todos os pré-candidatos (e são muitos): vamos tratar o clube como ele merece.

Tenho certeza de que o vencedor das eleições de dezembro vai descobrir que a situação financeira é muito pior do que imaginamos. Ainda podem chegar dívidas de Cueva, Bryan Ruiz, Uribe, tem o pagamento dos juros da Doyen, etc.

Portanto, o próximo presidente não pode reclamar que não sabia da situação e passar quase todo o mandato culpando as administrações anteriores, como fez José Carlos Peres.

O próximo presidente precisa, antes mesmo de encontrar dinheiro, transmitir credibilidade ao seus “stakeholders”. A falta de credibilidade da administração do Santos hoje é maior do que a falta de dinheiro. Ninguém acredita mais nas palavras da direção santista.

Resolvida a questão da credibilidade, o clube precisa resolver a parte financeira. A solução passa por renegociar todas as dívidas (algo que o clube só vai conseguir se já tiver a credibilidade recuperada) e aumentar a receita. O Santos tem 8 milhões de torcedores e muitos deles não gastam R$ 1 por mês para o clube. Um departamento de marketing/comercial eficiente vai ser fundamental para a recuperação do gigante adormecido.

Para evitar novas dívidas futuras, o Santos precisa de um modelo de formação de elenco e uma política de contratações. Não dá para deixar essa responsabilidade para treinadores. Olhem os exemplos que já tivemos nos últimos anos com essa tentativa de ficar agradando técnico: Leandro Donizete, Felippe Cardoso, Cueva, Uribe, entre outros.

São três anos de gestão. Dá para criar um modelo de começar com 50% do elenco da base e terminar com 70, 80%. Contratações só de jogadores que cheguem para resolver problema ou jovens com potencial claro de revenda (como Soteldo). Contratar para “encorpar” o elenco não cabe no cenário atual de Santos, que já é o mesmo há oito, nove anos.

O técnico precisa chegar sabendo dessas condições. Não aceita? Paciência, busca-se outro.

Infelizmente, o Santos ainda vai precisar de grandes vendas nos próximos anos. Mas será preciso criar um fluxo de caixa para a receita. Primeiro busca-se acordo para tentar pagar as dívidas com desconto. Com dinheiro, tudo é possível.

Em seguida, se sobrar algum cascalho, o Santos precisa investir em infra-estrutura. O CT Meninos da Vila não atende as necessidades da maior fábrica de craques desse país. É preciso encontrar uma alternativa para um novo Centro de Treinamento, seja em Santos, Cubatão, Praia Grande, Guarujá, etc

Por último, usa o dinheiro para investir em reforços.

Se a torcida sentir confiança na administração e perceber um movimento para o saneamento do clube, aposto que os torcedores não ficarão cobrando reforços.

Imagino que eles cobrem resultado. E daí precisamos acabar com a história que precisa ficar contratando um monte de jogador meia-boca para ser campeão.

Com boa administração, que gera bom ambiente de trabalho, com políticas clara de contratações e modelo de formação de elenco bem definido, você consegue ser competitivo mesmo sem grandes investimentos.

Especialmente no Brasil, onde quem tem um olho é rei.