Marcelo Teixeira é um nome polarizador no Santos. Muitos torcedores amam, outros muitos odeiam, mas poucos são indiferentes ao ex-presidente do clube.
Aqueles que amam lembram do histórico título brasileiro de 2002, que virou as faixas e encerrou o jejum de 18 anos. Citam a modernização do CT Rei Pelé, que, de fato, tornou-se referência na primeira década deste século.
Os “haters” criticam as contratações de medalhões que, quase em sua totalidade, fracassaram no Peixe, as cobranças dos empréstimos feitos e a famosa penhora da Vila Belmiro.
Marcelo Teixeira foi presidente entre 92 e 93 e 2000 e 2009. Errou muito na gestão do Santos, mas também é inegável que teve muitos acertos.
Nos últimos três anos, Marcelo Teixeira presidiu o Conselho Deliberativo do Santos, um órgão com a imagem tão ou mais arranhada que as últimas péssimas administrações do clube. Conduziu dois processos de impechment contra José Carlos Peres, promoveu as primeiras reuniões virtuais da história do clube e, já no final do mandato, marcou um gol de placa: o voto online.
Apesar de quase todos os discursos de pessoas da vida política do Santos serem favoráveis ao voto online, MUITA gente trabalhou contra ele, especialmente dentro das paredes do Conselho Deliberativo. Duas das seis chapas para as eleições eram claramente contrárias ao voto online, as de Daniel Curi e Rodrigo Marino. Ambas questionavam a legitimidade do cadastro de sócios.
A chapa de Miltinho Teixeira eram contrária ao voto online, mas na reunião desta quinta o próprio candidato mostrou-se favorável ao processo e ficou ao lado das chapas comandadas por Fernando Silva (chapa 1), Ricardo Agostinho (chapa 3) e Andres Rueda (chapa 4).
Apontado como retrógrado por muitos dos seus críticos, Marcelo Teixeira poderia, de diversas formas, engavetar o voto online, previsto no Estatuto desde 2011, e manter a eleição apenas na Vila Belmiro e na FPF para garantir “aquele tradicional encontro entre amigos” , como ele mesmo chamou.
No entanto, Marcelo Teixeira foi firme, confirmou o voto online no próximo dia 12 e vai ser lembrado como o presidente do Conselho Deliberativo que, após 9 anos, finalmente cumpriu o que está no Estatuto.
Isso é um mérito.
Outros conselheiros passaram pela mesa do Conselho e não criaram condições para o voto online.
Talvez a decisão de Marcelo Teixeira fosse outra se não houvesse tanta pressão de torcedores nas redes sociais, em um movimento liderado especialmente pelas chapas 1 e 3.
Pode ser, mas eu prefiro acreditar que ele tomou a decisão por entender a importância do voto online para o crescimento do clube.
As pessoas podem (e devem) evoluir com o tempo, melhorar.
A voz de Marcelo Teixeira tem um peso muito grande (de forma justa) dentro do Santos.
Quanto mais clara, aberta e progressista ela for, melhor para o clube.
Por isso, aqui vai meu parabéns ao presidente do Conselho.
Belo gol!