O primeiro adversário do Santos na Copa Libertadores é o Defensa y Justicia, clube argentino. A estreia é na casa deles, no dia 3 de março, próxima terça-feira. Até agora, o Defensa y Justicia jogou 5 partidas no ano. Venceu três, empatou duas. Não perdeu nenhuma. O Santos já perdeu duas partidas entre as sete disputadas. O número de empates e vitórias está igual.
No sábado, as duas equipes têm um clássico pela frente. O Defensa y Justicia contra o River Plate fora de casa. O Santos, contra o Palmeiras, em casa.
Qual a grande diferença entre esses dois times, além de dois jogos (e duas derrotas) a menos? Os valores dos ingressos.
Enquanto os argentinos vendem as entradas para a estreia na Libertadores por, no máximo, R$21, o Santos tem o mais barato por R$60 para quem não é sócio do clube.
O Defensa y Justicia é um clube menor que o Santos, com muito menos projeção nacional e, obviamente, internacional. A Libertadores é uma oportunidade muito importante. Por isso, claro, é essencial que o estádio esteja abarrotado de torcedores. É preciso aproveitar que o time ainda não perdeu na temporada e fazer valer o fator casa.
E o Santos? O Santos vive um momento em que o trabalho do técnico é muito questionado, passa por uma mudança de estilo de jogo que não era desejada por nenhum torcedor. Prestes a enfrentar o melhor dos rivais estaduais, se vê no direito de cobrar valores altíssimos de seu torcedor.
Quanto sentido isso faz?
Isso mesmo: nenhum.
O Santos PRECISA do seu torcedor no estádio para apoiar o time, para cobrar, para incentivar os jogadores e mostrar que existe ali muita gente que faz questão de ver o Santos evoluindo e jogando bem.
Se só foram vendidos 9 mil ingressos para o clássico contra o Palmeiras, não se pode culpar o torcedor. O torcedor não está errado de não querer pagar, no mínimo R$60 para ver um time que não empolga, que joga mal e não apresenta evolução. Não dá pra cobrar que o torcedor se interesse se não há NADA interessante.
Claro, é preciso entender que, agora, com a privatização, jogar no Pacaembu está mais caro pro Santos e para qualquer outro clube. Mas uma estrutura (supostamente) melhor não é o que atrai o jogador pro estádio. E, ainda assim, não acho que justifique nada, já que os ingressos pro jogo contra o Mirassol também estão caros – não é jogo de Libertadores ou clássico, só um jogo do Paulista.
Acho inválido argumentar que, para sócios, o valor cai pela metade. É verdade. Mas o Santos tem 30 mil sócios, um número ridículo em relação ao tamanho do clube. Não há campanhas para se associar de forma mais barata, não há voto a distância e não há vantagens para quem for sócio a distância.
Não acho que os valores do Sócio Rei sejam abusivos, acho que pra algumas pessoas há vantagens significativas, mas acho que é preciso melhorar e querer crescer em relação ao projeto.
O Santos precisa entender melhor quem é seu torcedor. É uma pesquisa de mercado. Só assim o público melhora e a instituição cresce.
Ver o estádio cheio, a torcida cantando – seja para apoiar ou cobrar – é uma das maiores instituições do futebol.
O Santos precisa ter o aumento do número de torcedores no estádio como seu maior objetivo.
Parabéns pela matéria, pura verdade, pagar caro por um produto que não agrada. Coloca 40 arquibancada e 20$ o tobogã. E vila preço único 40$