Foram cinco meses de paralisação, meses intensos, de muitas incertezas, lotados de treinamentos internos, vídeo aulas, preparação e condicionamento físico à distância. Quando o Campeonato Brasileiro Feminino parou, as Sereias tinham quatro jogos, quatro vitórias, 11 gols marcados e nenhum gol tomado, uma campanha brilhante. O medo era saber se na volta do futebol o progresso continuaria o mesmo.
As nossas Sereias da Vila entraram na Vila Belmiro nesta quarta-feira, contra o Audax, para mandar longe qualquer dúvida do futebol dessas mulheres, mostraram que nada mudou durante esses meses e que continuam preparadas e motivadas para ganhar o torneio nacional.
O resultado da garra delas foi nítido, cinco gols e a rede da nossa goleira continuou sem ser balançada. São 16 gols em 5 jogos, isso é Santos, isso é a marca Sereias da Vila sendo muito bem representada.
Ainda mais Santos do que isso é a prova de que uma categoria de base ganha jogos, ganha títulos e constrói o clube.
Luana Theodoro, de apenas 17 anos, subiu esse ano para o profissional a pedido do técnico Guilherme Giudice e fez seu primeiro gol na equipe profissional.
Após o jogo, ela falou com exclusividade para o Diário do Peixe e ao podcast Alvinegras da Vila e contou sua trajetória até esta quarta-feira tão especial para a sua carreira.
Veja a entrevista completa de Luana Theodoro ao Podcast Alvinegras da Vila
Quando criança, Luana era ginasta. O amor pelo futebol cresceu na rua e ela foi, aos poucos, pegando o gosto pelo esporte. Então, sua mãe pediu para que ela escolhesse um esporte e ela foi certeira em optar pela bola.
Mas nunca foi fácil. Luana é de Bauru e precisou trabalhar muito para ser aceita na peneira do Santos depois de cinco avaliações – ela brigou por espaço com mais de 800 meninas.
Nossa joia santista joga há dois anos na base e, em 2020, subiu ao lado de mais cinco meninas para o profissional. A atleta valoriza muito jogar ao lado de jogadoras experientes, como Cristiane e Thaisinha.
Além disso, a meia lembra a importância de vir de uma categoria de base e de se estruturar dentro do futebol no tempo certo.
Luana – como ela bem disse – não é de fazer muitos gols porque não finaliza muito, ou melhor, não finalizAVA muito até a sua estreia.
A mentalidade de que “hoje é dia” foi colocada na sua cabeça desde o café da manhã e, de tanto se concentrar no objetivo, quando foi chamada no final do primeiro tempo para entrar, quando o frio na barriga começou, ela estava preparada: “eu tenho que me sentir profissional para estar no profissional”.
O resultado de todo o trabalho e foco foi um belíssimo gol de fora da área, um chute inalcançável, o quinto gol do Santos na goleada perfeita sobre o Audax.
A estreante mal pode esperar para dar muitas alegrias ao torcedor santista em 2020.
Viva o bom futebol e belas histórias de vida.
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