No dia 27 de setembro, escrevi neste espaço que a Vila Belmiro poderia salvar o Santos do rebaixamento com a volta do público aos estádios. Neste domingo, mesmo com apenas 30% da capacidade liberada, o Alçapão da Vila ajudou o Peixe a vencer o Grêmio por 1 a 0 e sair da zona de rebaixamento.
A Vila Belmiro não tem uma grande capacidade, não é um estádio moderno, não oferece ao Santos grandes possibilidades de receitas, mas tem algo que poucos ou nenhum outro estádio brasileiro tem: A Vila tem alma.
Mesmo alguns torcedores do Santos e quase todos os rivais ironizaram a Vila. Ouvi que o estádio não era mais o mesmo, que não exercia mais pressão sobre o adversário.
Mentira.
Como mostrei na coluna do dia 27, o Santos teve o melhor aproveitamento como mandante na Era dos Pontos corridos antes do início da pandemia, com 67,6% de aproveitamento. No ano passado, sem público, o aproveitamento caiu para 59,6%, neste ano estava em 51%.
Neste domingo, a Vila recebeu pouco mais de quatro mil torcedores. Parecia muito mais. Eles empurraram o time o tempo todo. O gol saiu apenas nos acréscimos e não tivemos uma vaia, xingamento, pressão nos jogadores do Santos.
Os torcedores estão de parabéns e a diretoria também pela política de preço dos ingressos.
O Santos ainda vai enfrentar na Vila Belmiro América-MG e Fluminense, com 50% da capacidade, e Palmeiras, Red Bull Bragantino, Chapecoense, Fortaleza e Cuiabá com 100% da capacidade. Com cinco vitórias nestes jogos (e o tradicional empate com o Red Bull Bragantino, como aconteceu em todos os últimos confrontos), o Peixe fica na Série A do Campeonato Brasileiro.
A partida contra o Grêmio mostrou como deve ser a atmosfera até o final do Brasileirão. Com ela, o Santos é muito difícil de ser batido na Vila Belmiro.
Tem que respeitar o nosso Alçapão.
PS: O texto original sobre a importância da Vila para o Santos está aqui!
Não sabia como estava com saudade da Vila, chorei na escalação pré jogo, me emocionei em vários lances comuns de jogo e a explosão do gol sendo validado é algo inenarrável.