Santos de Fábio Carille tem muitas limitações (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

O Santos fez 12 jogos sob o comando do técnico Fábio Carille na temporada. Foram três vitórias, quatro empates e cinco derrotas, um aproveitamento de 36,1% dos pontos disputados. Somente no Campeonato Brasileiro, a campanha de Carille tem 3 vitórias, quatro empates e quatro derrotas, aproveitamento de 39,3%.

Antes do treinador, o Peixe fez 19 jogos, com cinco vitórias, sete empates e sete derrotas, o que dá um aproveitamento de 38,5% dos pontos. Ou seja, a campanha do Santos no Campeonato Brasileiro é praticamente a mesma com Carille e com Fernando Diniz.

O atual técnico melhorou um pouco o desempenho o defensivo do Santos. Nos primeiros 19 jogos, o Peixe sofreu 25 gols, média de 1,3 gol por jogos. Com Carille, foram 11 gols sofridos em 11 jogos, média de um por jogo.

O Santos de Carille se defende com muitos jogadores. Além do esquema com três zagueiros, a recomposição é feita por praticamente todos os atletas. Com isso, até mesmo alguns defensores receberam elogios dos torcedores, como Danilo Boza, Velázquez e Robson Reis. Como eu sempre digo nas Lives em nosso canal no Youtube, zagueiro bom é zagueiro bem protegido.

Nos últimos 12 jogos, o Santos não sofreu gol em seis. É uma marca positiva, mas nestes jogos o clube enfrentou oito adversários que estão “na segunda página da classificação”, casos de Athlético-PR (duas vezes), Bahia, São Paulo, Ceará, Sport, Juventude e América-MG. Enfrentou quatro que estão na primeira página: Atlético-MG, Palmeiras, Fluminense e Ceará.

Nos jogos contra os dois primeiros, foram cinco gols sofridos.

Contra adversários mais fortes, apenas a proteção do sistema defensivo não é suficiente para compensar as limitações dos defensores santistas.

Por outro lado, o custo dessa proteção é muito alto. Com Carille, foram apenas seis gols marcados em 12 jogos, média de meio gol por jogo. Antes dele, no Brasileirão apenas, foram 20 gols marcados em 19 jogos, média pouco superior a um gol por jogo. Em sete dos 12 jogos, o Peixe não balançou as redes.

O Santos de Carille ataca com poucos jogadores. Dos seis gols marcados, dois foram em chutes de fora da área (Sánchez contra o São Paulo e Raniel contra o Atlético-MG), dois em penetrações de Madson (um contra o Fluminense e outro contra o Athlético-PR), um em contra-ataque (Flu) e outro espírita (Wagner Leonardo contra o Grêmio).

Se você ataca com poucos jogadores, depende da qualidade individual dos atacantes. Marinho ainda não fez gol com o treinador. Marcou pela última vez no clássico contra o Palmeiras no primeiro turno e a culpa não é só dele. Como o próprio Carille disse na entrevista coletiva após o clássico, o adversário do Santos sabe que o único jogador a ser marcado do Peixe é o Marinho.

O Santos é muito previsível.

Na reta final do Brasileirão, o Peixe vai enfrentar seis times da “primeira parte da classificação” (Red Bull Bragantino, Fortaleza, Corinthians, Internacional, Flamengo e Cuiabá) e apenas dois da segunda parte (Atlético-GO e Chapecoense).

Vai ser cada vez mais difícil não sofrer gol e balançar as redes.

O risco de rebaixamento é menor porque os quatro últimos apresentam limitações ainda maiores, mas o Santos deveria repensar todo o projeto esportivo para 2022, desde treinador e até mesmo (e principalmente) o elenco.

É um dos piores que eu vi em meus 44 anos.