O Santos de 2021 é um clube doente. Tem o vírus dos problemas financeiros, para o qual o presidente Andrés Rueda tenta arduamente aplicar a primeira dose da vacina da prudência e da responsabilidade, mas ainda vai longe até completar a carga vacinal.
O vírus citado acima deixou o time com a imunidade baixa. Foi um adversário frágil para os rivais no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores, ficou na UTI no Estadual e só escapou da morte no último momento. Também não teve forças para se recuperar na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana e seguiu frágil no Brasileiro.
Os médicos que começaram a cuidar do caso recomendaram um coquetel de remédios sem a eficácia comprovada pelo órgão regulador. Os “reforços” na luta para melhorar o paciente pouco ou nada ajudaram na tarefa.
Para tentar sair da UTI, o Santos adotou um remédio, que tem um gosto amargo para muitos torcedores. Contratou o técnico Fábio Carille, que tem um estilo de jogo completamente oposto a tudo que o clube sempre defendeu, o tal do DNA ofensivo. O próprio Santos criticou o método na famoso tweet de 2019 da noite em que a bola puniu quem a amava e premiou quem a desprezava.
O remédio, embora com gosto amargo, começou a fazer efeito e o paciente melhorou. O Santos passou a perder menos e a ganhar mais do que ganhava. São as mesmas cinco vitórias do remédio anterior, mas com quatro jogos a menos. São dois empates e duas derrotas a menos também nessa comparação com Fernando Diniz.
O remédio funciona protegendo o organismo do paciente. Ele sofreu 25 gols em 19 jogos no primeiro turno, uma média de 1,31 gol por jogo. No segundo turno, após o início do tratamento, são 13 gols sofridos em 15 jogos, uma média de 0.86 por jogo.
Nas duas imagens abaixo, dá para perceber como o remédio atua no organismo. Na primeira, são 9 defensores na imagem. Não aparecem o goleiro João Paulo e o atacante Diego Tardelli. E mesmo assim, Gabriel Pereira conseguiu finalizar e só parou na última barreira de proteção, o goleiro.
Na segunda imagem, já estão lá os 10 defensores. E nem assim eles impediram a tabela entre Roger Guedes e Jô, que só parou mais uma vez na última barreira de proteção, João Paulo.
O efeito amargo do remédio, além do sofrimento e da vergonha pela postura dos seus componentes, é o número baixo de danos que ele provoca no adversário. São apenas dez gols marcados em 15 jogos, média de 0,66 por jogo. Antes, foram 20 em 19 jogos, média de 1,05 por jogo. O saldo negativo antes era de -5, agora melhorou um pouco para -3.
Isso acontece porque o remédio atua com poucos componentes mais ofensivos. Na foto abaixo, na melhor chance da equipe no clássico contra o Corinthians, o time tinha cinco jogadores no ataque. Foi uma cena rara. Na maioria desse e de outros jogos, são menos jogadores no ataque.
O remédio deve ser eficiente para salvar o paciente porque estamos em uma pandemia de clubes com problemas (financeiros e/ou técnicos) e muitos deles estão sem situação pior do que o Santos.
Quando tomar a segunda dose da vacina e ela começar a fazer efeito, a saúde do Santos tende a melhorar. Assim, espera-se que o clube não precise mais sofrer com o gosto amargo desse remédio. Que possa tomar apenas uma suplementação para fortalecer a saúde e evitar a volta ao hospital.
Entendedores entenderão.
Ou seja carille serve para este momento,mas não serve para um trabalho com o mínimo de ambição.
Se fosse medicina de verdade, o Santos já, teria morrido. Sei do q, estou falando
Na minha opinião o treinador é o único que não tem culpa, ele escala os jogadores que ele tem.
Sun Tzu diz:
“A invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque. Quem se defende mostra que sua força é inadequada; quem ataca, mostra que ela é abundante.”
Entendedores entenderão.
Belíssima crônica, Giovane. bem inspirada e inspiradora.
Mas ela só é bem assimilada pelos entendedores dessa doença.
Parabéns