Santos não apresenta evolução com o técnico Fernando Diniz (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Com mais uma atuação pífia e uma sucessão de erros do técnico Fernando Diniz, o Santos perdeu para o fraco Libertad por 1 a 0 na noite desta quinta-feira e foi eliminado nas quartas de final da Copa Sul-Americana. O Peixe deixou de ganhar ao menos R$ 4 milhões em premiação e a chance de conquistar um título na temporada, já que nenhum dos classificados tem uma equipe muito superior ao clube.

A eliminação no jogo tem grande parcela de responsabilidade do técnico Fernando Diniz. O Santos perdeu, como já escrevi acima, para uma equipe ruim, sem criar perigo, sem ameaçar, sem lutar, sem competir. O técnico fez muitas escolhas erradas, como a insistência em Felipe Jonatan, que falhou mais uma vez, em Marcos Guilherme, que não acerta uma jogada há quatro ou cinco jogos.

Já escrevi e já falei sobre isso em Lives no Canal do Diário no Youtube. Diniz não tem leitura alguma de jogo. Ele não consegue perceber o que está acontecendo, tirar vantagens de situações que a partida apresenta, as trocas são quase sempre as mesmas (sai Pirani e mais um) e muitas vezes, como ontem, ele simplesmente mata a equipe nas alterações.

Não foi a primeira vez que ele transformou a equipe em um bando. O Santos terminou o jogo com um goleiro, um zagueiro, dois laterais, um volante, um meia-atacante (Marcos Guilherme) e cinco atacantes. Seria uma espécie de 3-2-5.

Não foi coragem, foi burrice.

O Santos só precisava de um gol, não tinha necessidade de destruir tanto assim a equipe. E, como escrevi acima, não foi a primeira vez que ele fez isso.

Com Diniz, ou o Santos faz duas substituições porque ele não sabe o que fazer ou ele coloca um monte de atacante porque ele está no desespero (e também não sabe o que fazer).

Defendi a contratação do Fernando Diniz e acreditava que ele poderia fazer sucesso no Santos. Não defendo e não acredito mais, mas não acho que é o momento para a demissão. Primeiro porque não tem um técnico brasileiro capaz para colocar no lugar e trazer um estrangeiro no meio do campeonato é um risco muito grande.

Agora o momento é de salvar o ano, chegar logo aos 45 pontos no Campeonato Brasileiro e planejar melhor a temporada 2022.

E quando a gente fala em planejamento, percebemos que os erros do jogo foram do Diniz, mas a eliminação não pode ficar só na conta dele. O Santos não contou diante do Libertad com seu melhor jogador, o Rei da América, graças a um procedimento errado do Departamento Médico.

Diniz esperava contar com Marinho no clássico contra o Corinthians há 12 dias, mas o jogador já desfalcou o clube em quatro jogos neste período.

Departamento médico que tem sido um problema. John teve de passar por uma cirurgia depois de treina-não treina totalmente desnecessário.

Departamento médico que não tem desde o início do ano o médico Ricardo Galotti, demitido em março por ter um salário considerado alto. Com Galotti no DM, o Santos foi o time com menos lesão no Brasileiro de 2019, de acordo com levantamento do GE.com. Neste ano, além de Marinho, o clube já viu lesões musculares de Felipe Jonatan, Moraes, Luiz Felipe, Lucas Braga, Danilo Boza, Vinícius Zanocelo (que estava fora contra o Libertad por esse motivo), entre outros.

Departamento médico que hoje é comandado por um fisioterapeuta trazido do Cruzeiro e que já teve uma passagem curta e polêmica pelo clube no passado.

Se o DM tirou jogadores importantes da decisão, o departamento de futebol não colocou. O Santos terminou o jogo desta quinta sem um jogador que foi titular na final da Copa Libertadores há pouco mais de sete meses. John, Sandry e Marinho estão lesionados, Lucas Veríssimo, Luan Peres, Alison, Diego Pituca, Soteldo e Kaio Jorge foram negociados, Pará está na reserva e Felipe Jonatan foi substituído.

As reposições de peças foram muito ruins. Danilo Boza não agradou e hoje é quarta opção na zaga. Moraes não consegue ganhar a posição de Felipe Jonatan, que não atravessa boa fase. Aliás, talvez a boa fase tenha sido em 2019 e o desempenho atual seja o normal dele.

Vinícius Zanocelo não consegue se firmar e ainda teve a lesão, Marcos Guilherme, depois de um início muito bom, voltou ao que sempre foi o normal da sua carreira, um jogador médio, com muitas deficiências, poucos gols e pouquíssimas assistências. Camacho talvez seja o reforço mais regular, mesmo que não tenha tanto impacto positivo na equipe, especialmente nas últimas partidas.

Além de contratações duvidosas, o Santos demorou para contratar. O clube não conseguiu sequer completar a lista de inscritos na Sul-Americana. Para as quartas de final, saíram cinco jogadores e entrou apenas Wagner Leonardo. Duas trocas foram perdidas.

Nesta semana, o clube fez mais uma contratação, o meia Augusto, que estava na reserva do Las Rosas, na terceira divisão da Espanha. Torço para que tenha sucesso, mas não consigo acreditar que um jogador que passa três anos seguidos na reserva de times da terceira divisão espanhola possa ajudar o Santos a dar um salto de qualidade.

O cenário, infelizmente, é triste. O Santos hoje tem uma equipe que não evolui, um técnico aparentemente perdido, um elenco de mediano para fraco, um departamento médico questionável e não tem dinheiro (e criatividade) para encontrar reforços no mercado.

Por todo esse cenário, eu só quero que o ano termine bem.

E que as lições de 2021 sejam aprendidas para 2022.