Fernando Diniz fez seu pior trabalho no comando do Santos (Crédito: Divulgação)

Fernando Diniz fez o pior trabalho da sua carreira no Santos. Em pouco mais de três meses, ele não conseguiu dar um padrão ao time (apesar das perdas de atletas), foi teimoso ao insistir em jogadores que notadamente não estavam rendendo (como Felipe Jonatan e Marcos Guilherme), usou mal os jogadores das categorias de base, como Ângelo, fez trocas bizarras em jogos importantes, como na eliminação na Sul-Americana diante do Libertad, e mostrou não ter leitura alguma de jogo.

Eu escrevi uma coluna aqui neste espaço pedindo a contratação do Fernando Diniz após a saída do Ariel Holan. Achava realmente que ele poderia dar certo no Santos. Tinha esperança de ver um bom futebol, um time diferente dos tradicionais, algo quase revolucionário.

Errei.

Apesar de concordar com a demissão, não acho que apenas a simples saída do técnico Fernando Diniz vai mudar muito o cenário do Santos. O elenco é fraco, o clube não tem dinheiro para contratar reforços, os técnicos estrangeiros (em geral, os melhores) não são indicados para o momento (meio do campeonato) e o projeto esportivo do Santos neste ano é bastante discutível (mas não vou me alongar nesse assunto de novo).

O Santos, na minha opinião (é bom deixar claro que é uma opinião), precisa agora de um técnico capaz de entregar 23 pontos no segundo turno e eliminar o Athletico-PR no dia 14.

Não precisa de alguém que vai revolucionar o futebol brasileiro. Precisa salvar a temporada.

Depois, com calma, senta, reflete sobre os erros deste ano, planeja, entrevista técnicos daqui e de fora e faz tudo diferente em 2022 para a gente não chegar em setembro do ano que vem fazendo as contas para os 45 pontos.

E o Santos precisa ter ao torcedor ao seu lado nos próximos três meses. Para isso, o clube precisa dar algum tipo de estímulo. Não é hora de dizer que o santista não consome o clube regularmente, que é muito crítico, que não vira sócio, etc.

O torcedor do Santos tem seu próprio perfil e é um perfil que sempre responde bem quando é estimulado. Foi assim na campanha “Reage, Santos” e na “Vaquinha virtual”, só para ficar em exemplos recentes.

Mais do que nunca, está na hora de o Santos “jogar para a torcida”.

Já dei minha sugestão nas redes sociais. O presidente Andres Rueda poderia repetir o modelo da coletiva dos 100 dias e abrir a real situação financeira do clube (é pior do que muitos pensam). Depois disso, lança alguma campanha para envolver o torcedor (Tokens, novo programa de sócio, vaquinha, “torcedor no muro”, sei lá).

A resposta da coletiva dos 100 dias foi ótima, mas o Santos não capitalizou.

Está na hora de mudar esse jogo.