As alternativas para a administração do Barcelona em 2003 (Crédito: Reprodução)

O técnico Ariel Holan pediu demissão do Santos na noite de domingo e na manhã deste sábado o clube ainda não escolheu o seu substituto. Espera anunciar até domingo o treinador e um novo executivo de futebol para tocar o planejamento feito para o departamento.

O pedido de demissão de Holan pegou todo mundo de surpresa, é verdade, mas as decisões esportivas do clube não podem demorar tanto.

O projeto esportivo da atual administração não pode naufragar.

Nenhum torcedor duvida das boas intenções da atual gestão, claramente percebemos méritos no ponto de vista administrativo e financeiro, mas é o momento de olhar para o campo e dar uma atenção maior, uma prioridade.

Não é preciso fazer loucuras, mas também não é preciso fazer economia burra. Não precisa confundir velocidade com pressa, mas também não dá para confundir cautela com demora.

O Santos teve quatro péssimas administrações nos últimos nove anos, mas o futebol quase sempre foi competitivo mesmo sendo um trabalho aleatório, sem grande planejamento.

Se uma gestão que passa uma confiança administrativa não conseguir cuidar bem do campo, vai dar um prato cheio para as hienas santistas. Elas estavam sumidas com o bom início de gestão, mas já começaram a aparecer com o mau momento do clube.

O Santos não pode alimentar as suas hienas.

Se o projeto esportivo naufragar, todo o esforço administrativo da atual gestão certamente será abandonado em nome da tal competitividade esportiva. O cenário diante dos últimos protestos é muito claro. E a torcida ainda vai aplaudir, dizer que o que importa é titulo, etc.

Mesmo o Flamengo de Bandeira de Mello, citado como exemplo por muita gente, conquistou dois títulos estaduais e uma Copa do Brasil durante o período de recuperação administrativa.

Eu citei nesse espaço uma comparação com a revolução do Barcelona, que o Ferran Soriano (CEO do City Group) me apresentou há dez anos. Entre as duas alternativas, o circulo virtuoso e a evolução. Eles adotaram o círculo virtuoso, o Santos foi para a evolução.

O Barcelona sabia que o caminho da evolução apresentava um risco esportivo alto (veja a imagem). O Santos correu o risco e, pior, não estava preparado para ele.

Precisa corrigir a rota urgentemente.