O técnico Ariel Holan pediu demissão do Santos na noite de domingo e na manhã deste sábado o clube ainda não escolheu o seu substituto. Espera anunciar até domingo o treinador e um novo executivo de futebol para tocar o planejamento feito para o departamento.
O pedido de demissão de Holan pegou todo mundo de surpresa, é verdade, mas as decisões esportivas do clube não podem demorar tanto.
O projeto esportivo da atual administração não pode naufragar.
Nenhum torcedor duvida das boas intenções da atual gestão, claramente percebemos méritos no ponto de vista administrativo e financeiro, mas é o momento de olhar para o campo e dar uma atenção maior, uma prioridade.
Não é preciso fazer loucuras, mas também não é preciso fazer economia burra. Não precisa confundir velocidade com pressa, mas também não dá para confundir cautela com demora.
O Santos teve quatro péssimas administrações nos últimos nove anos, mas o futebol quase sempre foi competitivo mesmo sendo um trabalho aleatório, sem grande planejamento.
Se uma gestão que passa uma confiança administrativa não conseguir cuidar bem do campo, vai dar um prato cheio para as hienas santistas. Elas estavam sumidas com o bom início de gestão, mas já começaram a aparecer com o mau momento do clube.
O Santos não pode alimentar as suas hienas.
Se o projeto esportivo naufragar, todo o esforço administrativo da atual gestão certamente será abandonado em nome da tal competitividade esportiva. O cenário diante dos últimos protestos é muito claro. E a torcida ainda vai aplaudir, dizer que o que importa é titulo, etc.
Mesmo o Flamengo de Bandeira de Mello, citado como exemplo por muita gente, conquistou dois títulos estaduais e uma Copa do Brasil durante o período de recuperação administrativa.
Eu citei nesse espaço uma comparação com a revolução do Barcelona, que o Ferran Soriano (CEO do City Group) me apresentou há dez anos. Entre as duas alternativas, o circulo virtuoso e a evolução. Eles adotaram o círculo virtuoso, o Santos foi para a evolução.
O Barcelona sabia que o caminho da evolução apresentava um risco esportivo alto (veja a imagem). O Santos correu o risco e, pior, não estava preparado para ele.
Precisa corrigir a rota urgentemente.
Eu te sigo todos os dias você é o cara precisávamos de você como diretor
O Santos não dá pra comparar com Flamengo, nada se compara, então o que Flamengo fez é referência apenas. Mas voltando ao projeto, este morreu, morreu em apenas 3 meses. Morreu porque no final das contas dirigente de futebol não tem convicção do que deseja. Holan negociou salario, negociou condições e a diretoria aceitou tudo, mais ainda, afirmou que ele atendia ao projeto de modernidade, trabalhar com a base e padronizar o futebol do Santos. Então como em 3 meses, 12 jogos ele não atende mais? Ah. Ele pediu demissão, pediu porque a diretoria não fez questão alguma, pediu demissão por respeito a instituição Santos F.C. e foi um alívio ao Rueda e ao conselho gestor. A desculpa é que a redução de custo seria mais benéfica neste momento. Mas pera aí. Salario não estava no planejamento? Não estava no projeto? Então como agora seria melhor reduzir a folha? E o projeto, como fica? A verdade é uma só, Rueda seguiu a cartilha do Perez com Josualdo, Modesto com Dorival e tantos outros, a máxima de que o projeto é vencer hoje, se não vencer agora não interessa o médio ou longo prazo, esqueçam o que eu disse antes. Com o Holan cai a primeira promessa de campanha, o projeto. Com os nomes especulados, cai a segunda promessa a busca com técnico moderno. Ou alguém acha que Lisca, Diniz, Renato Gaúcho, Dorival o Santos vai adquirir um padrão de jogo? Vai deixar um legado? Ou ainda são técnicos modernos? Apoio a responsabilidade fiscal do Rueda, se não for aliada com um projeto para o futebol de médio ou longo prazo, vai ser tudo em vão, porque a falta de perspectiva vai abrir a porta para os dirigentes irresponsáveis, os imediatista que vão pegar o Santos bem financeiramente e vão atender o grito dos pixadores. No momento vejo o futebol do Santos sem projeto, sem rumo, sem suporte, o próximo técnico provavelmente vira com dois objetivos em mente, primeiro ganhar de qualquer jeito, sem dna, sem pensar no amanhã, vai pedir jogadores, e vamos ver a repetição do Cuca ou Jair Ventura. O segundo objetivo é sobreviver no cargo, custe o que custar. Nada diferente do que o Santos sempre teve. No momento a sensação é de decepção com o Rueda. Espero que mude.
Eu nao estou decepcionado com o Rueda nao.Estou decepcionado com os baderneiros que foram assustar o Holan.Estou decepcionado com o Holan que diante da primeira dificuldade largou o barco. Estou decepcionado com a comissao tecnica permanentede do Santos que nao ajudaram o Holan na escolha dos atletas mais adequados ao momento e deiixarem ele se virar com mais de 40 atletas, muitos sem condiçoes de atuar no momento. Estou decepcionado com a falta de respeito do Marinho para com o Holan no episodio de Brasilia. Com o Rueda estou muito feliz com tudo o que ele fez em apenas 4 meses e tenho confiança que ele vai continuar com o plano de gestao traçado..Vai enfrentar muitas dificuldades como por exemplo nao encontrar no momento um tecnico disponivel com o perfil adequado mas ao final da gestao vai entregar o Santos com uma divida menor que 50% da que pegou, um estadio novo, uma administraçao modernizada com sistemas e processos , com um time competitivo e talvez com titulos.
Projeto esportivo sem dinheiro é complicado.
Acho que tem muito sonhador, querer comparar o que fez o Barcelona em 2003, eles só investiram no Ronaldinho Gaúcho, no Eto’o, que ainda não eram as figuras em que se transformaram depois, talvez algum outro jogador, o resto era tudo prata da casa, ou estou errado?
Além disso, sabemos que na Espanha, o faturamento de Real Madrid e Barcelona em relação aos demais clubes espanhóis é absolutamente desproporcional, até covarde, em resumo, dinheiro havia, ainda que houvessem dificuldades.
Com o Flamengo (Bandeira de Mello ficou vários anos pra arrumar a casa, os títulos não vieram em 3 meses, ainda que nesse meio tempo tenha vencido), é até mais pertinente, mas essa questão de ganhar os títulos, pode acontecer ou não, a Copa do Brasil é mata-mata, depende das circunstâncias do momento, do adversário, etc e no caso do clube citado, na conquista dos estaduais, vamos admitir que ainda que o Flamengo tivesse dificuldades, o que dizer do Vasco, Botafogo e Fluminense?
Concordo que se deve definir o técnico logo, mas a impressão que ficou sobre o texto, é que se defende que contrate jogadores, técnico, etc, se comprometa a pagar o que não tem, e o clube que se lasque, pq senão a torcida vai cobrar.
O autor diz ainda que certamente o projeto de gestão administrativa será abandonado em prol da competitividade esportiva sem resultados…baseado em quê essa afirmação?
Talvez o autor não tenha se dado conta que o Santos está com o nome mais sujo na praça do que pau de galinheiro, e que mesmo que queria, não conseguirá montar um time competitivo como gostaríamos ou fosse o ideal, pelo simples motivo de que não há dinheiro, as administrações ruins passam (ou deveriam passar), mas as contas ficam.
Ficaram para o Rueda.
Eu insisto que o Santos, se não quer deixar naufragar o tal “projeto esportivo”, deve investir em um técnico que feche a casinha, recupere a confiança e busque resultado, parecido com o que fazia o Cuca, é o que a realidade nos impõe.
[…] e começaria do zero. O Barcelona, em momento parecido, optou pela teoria do círculo virtuoso (escrevi sobre isso aqui), que também seria a minha. O Santos optou pelo caminho de menor risco financeiro, mas com grande […]
[…] Por fim, vou deixar aqui um texto que escrevi neste mesmo espaço há muito tempo. O título era “O projeto esportivo do Santos não pode naufragar”. […]