Marcelo Fernandes é a cara do projeto esportivo do Santos em 2021 (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Fernando Diniz tem feito diversas escolhas erradas no comando do Santos. A insistência em Felipe Jonatan e a incrível (e isolada) fé em Marcos Guilherme são os casos mais recentes, que já custaram a eliminação na Copa Sul-Americana (e R$ 4 milhões) e podem custar a eliminação na Copa do Brasil (e mais R$ 7 milhões).

Os sinais de insatisfação não estão apenas com os torcedores. Carlos Sánchez se revoltou com a substituição contra o Athletico-PR e lembrou a atitude de Marinho diante do San Lorenzo na Copa Libertadores. Cinco jogos depois da bronca pública de Marinho pela substituição, o técnico Ariel Holan “pediu demissão”.

Não é uma insatisfação apenas de um lado. Na coletiva, Fernando Diniz “quebrou” a parceria estabelecida na assinatura do contrato. Reclamou das saídas de Luan Peres e Kaio Jorge, de não poder contar com Marinho, de perder Pedro Rocha para o Athletico-PR, de contratar reforços que vão demorar para jogar e já tirou a sua responsabilidade pela contratação de Emiliano Velazquez (“as avaliações foram ótimas. Espero que nos ajude”).

A saída de Fernando Diniz é uma questão de tempo. Todo o cenário (insatisfação do técnico, dos jogadores, da torcida) apontam nessa direção.

Se o Diniz sair, acho que o caminho para o Santos é apostar no Marcelo Fernandes até o final do ano. Não adianta pensar em um treinador com uma metodologia moderna, com ótimas propostas, para desenvolver um trabalho de médio e longo prazo se o próprio clube não tem um.

O Santos perdeu quase todo o time que foi vice-campeão da Libertadores em janeiro e ainda deve se desfazer de mais jogadores. Não estranhem se João Paulo, Kaiky, Pirani, Marinho, entre outros (menos o Marcos Guilherme) forem negociados nos próximos meses. Além disso, todos os “reforços” contratados neste ano tem contratos curtos e vão embora no ano que vem.

Como desenvolver um projeto de médio longo prazo assim?

O torcedor pode não gostar de ler esse texto, mas o Marcelo Fernandes é o técnico que o Santos de agora merece. Primeiro, ele cabe no bolso, o único critério usado pela atual administração para contratar jogadores.

Segundo, ele não vai ser moderno e nem criativo. Lateral vai ser lateral, volante vai ser volante, atacante vai ser atacante, não vai ter saída de bola com o Jean Mota entre os zagueiros, que vão dar chutão para a frente. “Fazer o simples”, como ele mesmo já pediu ao Kaiky no Campeonato Paulista.

Terceiro, ele vai ser parceiro e não vai reclamar se o Santos tiver uns cinco jogadores com lesões musculares no DM no jogo de volta contra o Athletico-PR na Copa do Brasil.

Marcelo Fernandes tem tudo a ver com o projeto esportivo do Santos em 2021.

Ah, sim, a situação financeira do Santos é péssima, mas hoje em dia ela serve de muleta para esconder muito trabalho ruim. Em várias áreas.

Sinceramente, não tenho esperanças de que melhore.